Título: Aprovação supera ministros em queda
Autor: Castro, Grasielle
Fonte: Correio Braziliense, 17/12/2011, Política, p. 4

Maioria dos brasileiros considera positivo o primeiro ano de Dilma, mesmo com demissões na Esplanada e crise econômica

Seis ministros demitidos em seis meses não foram suficientes para interromper a trajetória ascendente da aprovação do governo Dilma Rousseff. No período em que o governo acumulou desgaste pelas saídas dos ex-titulares do Esporte, Orlando Silva, e do Trabalho, Carlos Lupi (PDT), a avaliação da presidente saltou de 51%, registrados em setembro, para 56%. O número, revelado pela pesquisa CNI/Ibope entre os dias 2 e 5, se refere aos entrevistados que consideraram o primeiro ano de mandato "ótimo" ou "bom" — percentual igual ao registrado em março. A máxima alcançada pelos presidentes anteriores, no mesmo período foi de 41% para Luiz Inácio Lula da Silva e 43% para Fernando Henrique Cardoso.

A percepção pessoal da presidente também encerra o ano em alta, batendo o recorde da série histórica da pesquisa, iniciada em 1995, com 72% dos entrevistados aprovando Dilma. Para o gerente executivo de Pesquisa da CNI, Renato da Fonseca, o bom resultado se deve principalmente ao fator econômico. "A questão da corrupção acabou ficando restrita aos ministros. Eles estão caindo e sendo substituídos. E isso, provavelmente, possibilita a boa imagem de que a presidente está tentando resolver o problema", avalia Fonseca.

Desemprego No entanto, as denúncias contra o ex-ministro do Trabalho Carlos Lupi — que pediu demissão no penúltimo dia da pesquisa — e a queda de ministros foram as principais notícias que marcaram 28% dos 2 mil entrevistados. Para 57% deles, o governo atual é semelhante ao de Lula. Fonseca ressalta que, desde o primeiro levantamento da CNI, está clara a correlação entre a aceitação do governo e a situação econômica. Segundo o gerente, a população considera se está empregada e se sua renda está crescendo para responder à pesquisa. "Embora o cenário esteja mudando com a chegada da crise ao país, o Brasil está com uma taxa de desemprego baixíssima."

Apesar da boa aceitação, o eleitor não está satisfeito com determinadas políticas. Mais da metade da população desaprova a atuação nos setores de saúde, impostos, segurança pública, taxa de juros, combate a inflação e educação. O de pior avaliação, saúde, foi desaprovado por 67% dos entrevistados. impostos recebeu descrédito de 66%; segurança pública, 60%; juros excessivos, 56%; combate à inflação, 52%; e educação, 51%. "Ainda há muito o que se fazer nessas áreas", analisa Fonseca. A expectativa para 59% da população, no entanto, é de que o restante do mandato de Dilma será ótimo.