Título: Bovespa cai 3,67% na semana
Autor: Batista, Vera
Fonte: Correio Braziliense, 17/12/2011, Economia, p. 23
A Bolsa de Valores de São Paulo não resistiu às turbulências na Europa e decepcionou os investidores. Analistas recomendam muita cautela na hora de comprar ações, pois as incertezas estão longe do fim
As bolsas de valores não resistiram às incertezas na Zona do Euro e fecharam a semana em baixa. O Ibovespa, índice que mede a lucratividade das ações mais negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa), cravou perdas de 3,67% nos últimos cinco dias úteis, o primeiro resultado semanal negativo em dezembro. Os prejuízos foram selados ontem, com o recuo de 0,42% no indicador, para os 56.096 pontos. Na avaliação dos especialistas, infelizmente, o futuro está turvo para o mercado acionário, sobretudo no curto prazo. Portanto, os investidores devem ter muito cuidado na hora de aplicar parte de seu patrimônio em bolsa.
O conselho é mais do que recomendável, tamanho foi o sobe e desce da BM&FBovespa ao longo dos últimos dias. Dezembro começou com resultados bastante positivos para o Ibovespa, com os investidores apostando na capacidade de os líderes da União Europeia fecharem um acordo realmente consistente para tirar a Zona do Euro do atoleiro. Mas, apesar de todas as promessas, inclusive de adoção de uma política fiscal única para o bloco econômico, a decepção foi ganhando terreno. Resultado: do meio desta semana para cá, os preços das ações desabaram e as perdas acumuladas no mês já estão em 1,37% e, no ano, chegam a 19,06%.
Na avaliação dos analistas, ontem foi um dia atípico no pregão paulista, pois houve vencimento no mercado de opções, no qual os investidores negociam a opção de comprar ou de vender determinado papel em uma data pré-determinada a um preço previamente combinado. Essas operações envolvem os títulos mais negociados, como os da Vale e da Petrobras, com fraco desempenho. Ou seja, não fossem essas ações, o dia teria sido positivo para o Ibovespa. As ordinárias (ON) da Petrobras caíram 1,13% e as preferenciais (PN), 0,98%. Já os títulos da Vale apontaram valorização máxima de 0,24%.
Dólar Nos Estados Unidos, os investidores se apegaram, o quanto puderam, às parcas notícias positivas. Entre elas, a inflação estável no varejo e a aprovação de um acordo para evitar a paralisação do governo norte-americano por falta de recursos. Ainda assim, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, apontou baixa de 0,02%. Na Europa, onde a situação é de calamidade, com as principais economias ameaçadas de rebaixamento pelas agências de classificação de risco, os prejuízos foram disseminados. Em Paris, houve recuo de 0,88%. Em Londres, a baixa no dia ficou em 0,25% e, em Frankfurt, em 0,55%.
No mercado de câmbio, o dólar ainda sentiu o baque da intervenção feita na véspera pelo Banco Central e caiu. A autoridade monetária interveio e indicou que usará dinheiro das reservas internacionais do país para suprir qualquer necessidade de recursos por exportadores e importadores. A moeda norte-americana encerrou a sexta-feira cotada a R$ 1,856 para venda, com baixa de 0,23%.
BB compra o Eurobank O Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos) deu ontem aval para que o Banco do Brasil e a Previ, o fundo de pensão dos funcionários da instituição, assuma 100% do capital do EuroBank, com sede da Flórida. O negócio foi fechado em abril passado e movimentou pelo menos US$ 6 milhões. Com tal aprovação do Fed, o BB passará a atuar no setor de varejo do mercado financeiro norte-americano. O EuroBank tem agências em Coral Gables, Pompano Beach e Boca Raton. Em 2010, seus ativos somavam US$ 102,1 milhões.