Crivella e filho perdem prazo em ação sobre nepotismo

21/03/2017

 

 

Juiz tinha pedido dados sobre formação técnica de Marcelo Hodge

 

O prefeito Marcelo Crivella, que foi diagnosticado com um tumor na próstata, disse ontem que o tratamento inicial é com remédios, e que, se necessária, cirurgia será “coisa rápida”. O prefeito Marcelo Crivella e o filho Marcelo Hodge perderam o prazo de contestação na Justiça da ação popular que tramita na 14ª Vara de Fazenda Pública sobre nepotismo. Em fevereiro, o juiz Claudio Augusto Annuza Ferreira havia solicitado a apresentação dos atributos técnicos e profissionais de Hodge, que chegou a ser nomeado pelo pai como secretário da Casa Civil. O município, que também é réu no processo, encaminhou contestação no prazo legal (que terminou no dia 17), por meio da sua Procuradoria Geral.

Já Crivella e o filho não apresentaram respostas, o que pode custar uma derrota no tribunal. Marcelo Hodge teve sua nomeação suspensa por uma liminar do Supremo Tribunal Federal (STF), no começo de fevereiro. O ministro Marco Aurélio Mello considerou nepotismo sua indicação. A ação que deu origem à decisão do STF e a que corre em primeira instância no Rio são de autoria do advogado constitucionalista Victor Rosa Travancas. Para ele, sem a contestação dos réus, dificilmente eles ganharão o caso na 14ª Vara.

— É muito difícil uma pessoa que perde o prazo de contestação ganhar uma ação. Fica faltando o argumento de defesa — diz ele, acrescentando: — Como advogado, me preocupa ver o prefeito do Rio, com a estrutura que tem, perder um prazo processual. É algo totalmente inusitado.

Na ação, Travancas não só pedia a exoneração de Marcelo Hodge, alegando nepotismo, como também a devolução aos cofres públicos do dinheiro que ele possa ter gasto enquanto permaneceu na secretaria. O GLOBO tentou contato ontem com o advogado Marcio Vieira, que defende o filho do prefeito, mas não obteve retorno.

O globo, n.30542 , 21/03/2017. Rio, p. 15