Título: Banco Central pede calma
Autor: Caprioli, Gabriel
Fonte: Correio Braziliense, 22/12/2011, Economia, p. 13

No governo, o clima é de apreensão. A ordem da presidente Dilma Rousseff para a sua equipe econômica é manter o discurso otimista, sobretudo em relação aos rumos dos preços ao consumidor. Esse recado, por sinal, será reforçado hoje pelo Banco Central, durante a divulgação do último relatório trimestral de inflação do ano. O diretor de Política Econômica da instituição, Carlos Hamilton, dirá que os reajustes que atormentam a população vão diminuir ao longo de 2012, com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caminhando em direção ao centro da meta, de 4,5%. Por isso, é preciso ter calma.

A servidora pública Kellen Marilac, 38 anos, está descrente pois, a seu ver, tudo está muito caro, a começar pelos alimentos. "Percebi que, nos supermercados, tudo está mais salgado. Para mim, a carne é o produto que mais pesa e foi o que mais aumentou nos últimos meses", desabafou. Ela costuma fazer compras no cartão de crédito e contou que a fatura está ficando maior, mesmo adquirindo as mesmas coisas. Pelo menos 30% de sua renda mensal é gasta nos supermercados.

"Muitos itens são necessários e não podemos deixar de levar para casa. Por isso, acabamos nos endividando", reclamou Kellen. Segundo ela, até o tradicional café da mesa dos brasileiros está sendo cortado por estar caro demais. "Não abria mão da bebida, mas, ultimamente está difícil. Antes comprava por, no máximo, R$ 5 um pacote de meio quilo. Hoje, não encontro por menos de R$ 7. Assim não dá", reclamou. Ela espera que a presidente Dilma Rousseff cumpra a promessa de botar a inflação nos eixos. (GC)

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