Título: Dilma está otimista
Autor: Hessel, Rosana
Fonte: Correio Braziliense, 22/12/2011, Economia, p. 14

A presidente Dilma Rousseff criticou ontem a falta de políticas definitivas e de liderança dos países ricos no combate à crise econômica internacional. Durante a cerimônia de anúncio de obras de saneamento do Programa de Aceleração do Crescimento 2, ela disse serem visíveis os impasses na solução dos graves problemas que já afetam o Brasil e todo o mundo. Segundo a presidente, apesar da forte desaceleração da atividade no país, ela ainda acredita que o Brasil tem todas as condições para ir "contra a corrente e, em vez de ter um 2012 ruim", como se prevê para vários países, "registrar um ano melhor que 2011". Ela acredita que a economia pode avançar até 5% em 2012 contra os menos de 3% deste ano.

Na avaliação de Dilma, a atual crise não deriva da falta de dinheiro. "Deriva das decisões políticas que não vemos ser tomadas em definitivo", afirmou. Embora a crítica tenha sido endereçada a todos os chefes de Estado, o único país citado diretamente pela presidente foram os Estados Unidos. "Alguns países que têm lideranças internacionais em que a oposição e a situação não agem pelo interesse da nação criam uma briga política sem fim", ressaltou. "Nos EUA, por conta de alguma falha dos democratas e mais por uma visão de oposição muito destrutiva dos republicanos, vimos, perplexos, aquela questão da autorização do teto da dívida ocorrer. Era como se atirassem no próprio pé. No dia seguinte, foram rebaixados (por uma agência de classificação de risco," completou.

Como forma de proteger o país da crise, Dilma defendeu a decisão da Cúpula do Mercosul de elevar para até 35% a tarifa de importação de mais 100 produtos.