Dinheiro apreendido pagará servidores

Jailton de Carvalho

19/03/2017

 

 

Justiça autoriza uso de R$ 270 milhões de esquema Cabral no Rio

 

A Procuradoria-Geral da República (PGR), em acordo com procuradores do Rio de Janeiro, conseguiu na Justiça autorização para destinar R$ 270 milhões apreendidos em poder da quadrilha chefiada pelo ex-governador Sérgio Cabral para pagar 13º do funcionalismo do estado.

A medida deve ser efetivada a partir da próxima terça-feira, quando haverá um evento no Tribunal Regional Federal do Rio, com a presença do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, no qual a decisão será anunciada formalmente. Os pagamentos serão preferencialmente para quem ganha até quatro salários mínimos. Quem tem salário acima disso, receberá até esse limite.

Os recursos desviados por corrupção foram recuperados na Operação Eficiência — desdobramento da Calicute, que prendeu Cabral em novembro. Com o avanço das investigações, os irmãos Marcelo e Renato Chebar, operadores de Cabral que fecharam acordos de delação, devolveram R$ 270 milhões aos cofres públicos.

Para intermediar a negociação entre a Procuradoria Geral do Rio e o Ministério Público Federal em torno da liberação do dinheiro, o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, atuou. Ele é chamado de Moro do Rio, em referência ao juiz do Paraná, Sérgio Moro.

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ADRIANA ANCELMO

Segundo o blog do colunista Lauro Jardim, a força-tarefa da Lava-Jato no Rio vai recorrer contra a decisão de Bretas, anunciada anteontem, de mandar para prisão domiciliar a mulher de Cabral, Adriana Ancelmo. Um mandado de segurança será apresentado amanhã ao Tribunal Regional Federal da 2a Região.

Ao transformar a prisão preventiva da ex-primeira-dama em prisão domiciliar, o juiz da 7ª Vara Federal Criminal do Rio atendeu a um pedido da defesa, em função de Adriana ter dois filhos menores, um de 11 e outro de 14 anos. Ela deverá ficar em um imóvel sem linha telefônica e sem acesso à internet. Ainda não há prazo para a saída dela do Complexo Penitenciário de Gericinó. Segundo Bretas, a mudança só vai acontecer após o imóvel passar a atender os requisitos determinados.

A defesa de Adriana Ancelmo informou que vai enviar petição ao juiz, até amanhã, para informar que o apartamento de sua cliente cumpre as condições estipuladas para a prisão domiciliar. A Polícia Federal, então, fará uma vistoria para que o juiz determine a transferência dela.

O globo, n.30540 , 19/03/2017. País, p. 7