Título: Sobrevoos no quartel
Autor: Gama, Júnia ; Edson Luiz
Fonte: Correio Braziliense, 04/01/2012, Brasil, p. 7

A mais tensa greve envolvendo profissionais da segurança pública ocorreu em 2001, em Tocantins, onde 800 PMs ocuparam a sede da corporação com familiares. Eles ameaçavam explodir bombas dentro do estabelecimento caso suas reivindicações salariais não fossem atendidas. O Exército interferiu na paralisação e enviou tanques e helicópteros — que faziam sobrevoos à noite para evitar que os policiais dormissem.

A paralisação só terminou com a interferência de grupos de defesa dos direitos humanos e de procuradores da República, pouco antes do horário definido pelo Exército para a retomada do quartel. Tanques e soldados fortemente armados estavam posicionados do lado de fora e helicópteros faziam voos rasantes jogando panfletos em que era oferecido salvo-conduto para os grevistas que quisessem se entregar.

No ano passado, três grandes paralisações de policiais militares e bombeiros chegaram a preocupar autoridades estaduais e federais. Em novembro, no Maranhão, centenas de soldados paralisaram a atividade por melhorias salariais, assim como em Rondônia, em dezembro, quando 1,2 mil homens do Exército ocuparam as ruas das cidades. Na capital, Porto Velho, PMs foram presos por ordem judicial. Em Alagoas, em maio, militares abandonaram os quartéis pelo mesmo motivo. (EL)