Título: Nada é tão fácil assim
Autor: Lyra, Paulo de Tarso
Fonte: Correio Braziliense, 05/01/2012, Política, p. 2/3
O PSB achou que seria fácil. Com seis governadores e dois ministros — sim, é bom lembrar, tem a secretária especial de Portos —, o partido parecia flutuar, longe de escândalos e desgastes no primeiro ano na Esplanada e nas sedes dos palácios estaduais. Nesse mesmo período, os caciques flertaram com petistas e tucanos. Piscaram até para o PSD. E ainda travaram uma guerra surda com os peemedebistas — coisa, evidentemente, de uma legenda encorpada, prestes a subir de uma vez por todas no cenário nacional.
Mas bastou uma semana, a primeira de 2012, para dois dos principais nomes do partido entrarem no meio do fogo cruzado. O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, e o governador do Ceará, Cid Gomes, ganharam as páginas. O primeiro por conta do privilégio de recursos para o próprio estado, Pernambuco, e o segundo pelo estouro da greve da Polícia Militar cearense.
Por mais que os dois consigam sobreviver aos ataques, o PSB, comandado pelo governador pernambucano Eduardo Campos, percebeu pela primeira vez o que é ficar no olho do furacão do noticiário nacional. E ainda estamos a dois anos e 10 meses das eleições gerais. Nada é tão fácil assim.