Políticos e partidos negam irregularidades

21/03/2017

 

 

A DELAÇÃO DA ODEBRECHT/ Alvos da lista do procurador-geral da República dizem apoiar a Lava Jato e afirmam que pedidos de doações à Odebrecht obedeceram à legislação
 

 

Políticos e partidos reagiram às primeiras informações sobre os pedidos de inquéritos e procedimentos enviados pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal com base na delação da Odebrecht.

Em nota, o chanceler Aloysio Nunes Ferreira (PSDB) informou que seu advogado requereu ontem acesso ao conteúdo da delação da Odebrecht. Ele disse que “não vai se pronunciar sobre suposta menção a seu nome até ter conhecimento do teor do documento”.

O ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB), disse em nota que, conforme a legislação, solicitou doações a várias empresas, entre elas a Odebrecht.

“Mantive relação institucional com todas essas empresas.” Gilberto Kassab (PSD), titular da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, declarou que é a favor das investigações, mas que é preciso “aguardar informações oficiais e ser cauteloso com afirmações de colaboradores, que não são provas”.

“Os atos praticados em campanha foram realizados conforme a legislação.” O ministros peemedebistas Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) afirmaram que não iriam se pronunciar.

O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), divulgou nota na qual afirma que “pedidos de investigação não convertem investigados em réus”. “Há que se obedecer ao amplo direito de defesa. O Judiciário terá instrumentos para distinguir mentiras e a verdade.” O PMDB afirmou que “apoia as investigações e reafirma a necessidade de se esclarecer a verdade dos fatos”. O senador Romero Jucá (PMDB-RR) também disse ser a favor das apurações e “está à disposição para prestar informações”.

O PSDB divulgou nota na qual afirmou que “sempre defendeu as investigações, o melhor caminho para esclarecer eventuais acusações e diferenciar inocentes de culpados”.

A assessoria do presidente do PSDB, Aécio Neves (MG), disse que, na condição de dirigente máximo da sigla, o senador “buscou apoio para diversos candidatos, sempre dentro do que determina a legislação, o que ficará provado ao fim das investigações, que ele considera extremamente importantes”. O senador José Serra (PSDB-SP) informou que só vai se manifestar quando o STF confirmar os nomes da nova lista de Janot.

O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não se manifestaram. Advogados dos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff disseram que não comentariam porque não tiveram conhecimento do teor da lista de Janot. As defesas do senador Edison Lobão (PMDB-MA) e dos ex-ministros Guido Mantega e Antonio Palocci não foram localizadas.

 

 

O Estado de São Paulo, n. 45074, 15/03/2017. Política, p. A5.