Centrais sindicais fazem atos contra reformas

Cleide Silva / Fabio Leite / Daniel Weterman

15/03/2017

 

 

Promessa é de manifestações nas capitais e grandes cidades; em São Paulo, Justiça determinou a manutenção da circulação de ônibus e metrô

 

 

Centrais sindicais, como a CUT e a Força Sindical, e movimentos populares prometem hoje manifestações em quase todas as capitais brasileiras e grandes cidades do interior contra as reformas trabalhista e da Previdência.

Na capital paulista, metroviários prometiam paralisação de 24 horas. Motoristas de ônibus não iriam trabalhar da meia-noite às 8 horas. Às 16 horas está previsto ato na Avenida Paulista, em frente ao Masp, com participação de sindicalistas e do ex-presidente Lula.

Ontem à noite, porém, a Justiça de São Paulo e o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinaram que 70% a 100% dos ônibus mantenham a circulação.

O não cumprimento pode resultar em multa de até R$ 5 milhões por hora. Os metroviários decidiram em assembleia na noite de ontem que vão parar completamente por 24 horas, contrariando ordem judicial para que 100% da frota circulasse em horários de pico.

Chamado de Dia Nacional de Paralisação e Mobilização, o protesto une várias centrais sindicais, mas com posições distintas.

A CUT é contra a reforma como um todo, e pretende fazer um projeto substituto. “Não vamos remendar coisas malfeitas; queremos discutir o tema com a sociedade, trabalhadores e empresários”, diz Vagner Freitas, presidente da CUT.

“Não somos contra a reforma, mas contra as propostas do governo Temer”, diz João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário- geral da Força Sindical. A entidade apoia emenda do deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, que prevê, entre outros itens, idade mínima para aposentadoria de 60 anos para homens e 58 para mulheres.

A proposta do governo é de 65 anos para ambos.

Também na capital, bancos não devem abrir em áreas de grande movimento. Professores estaduais e municipais terão encontros em locais diferentes, mas à tarde se juntam a outras categorias no ato da Paulista.

O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC reúne funcionários das montadoras e outras empresas para passeata que sairá dos portões da Volkswagen em São Bernardo do Campo até a sede do INSS local. Na capital, a Força promete protestos nas fábricas Deca/Duratex e MWM, a partir das 5h30. Depois, saem em passeata para encontro na Ponte do Socorro.

 

Assembleia. Metroviários aderem a protesto e vão parar

 

 

O Estado de São Paulo, n. 45074, 15/03/2017. Economia, p. B9.