Título: Petrobras mantém investimentos
Autor:
Fonte: Correio Braziliense, 21/12/2011, Economia, p. 11

Rio de Janeiro — A crise internacional não afetará os planos de investimento da Petrobras, afirmou ontem o presidente da estatal, Sergio Gabrielli. "A empresa levantou US$ 18 bilhões em 2011 e não visualizamos nenhum problema grande de captação decorrente da crise para 2012, a não ser que ocorra uma catástrofe econômica mundial", disse ele a jornalistas, ao fazer um balanço das atividades neste ano.

"A maioria das companhias petroleiras do mundo está aumentando seus investimentos, pois o consumo de combustível está crescendo em países como China, Índia e África do Sul", disse. "Não há expectativa de redução da demanda de petróleo."

O diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, recordou que 50% dos US$ 18 bilhões levantados neste ano foram captados no mercado internacional. "Temos a liquidez financeira necessária para realizar todos os investimentos previstos até que passe a crise", afirmou.

Crédito O diretor admitiu, no entanto, que os bancos europeus, uma fonte importante de recursos para a Petrobras, terão que reduzir suas linhas de crédito por conta da crise. "Temos que estar preparados", disse Barbassa, que prevê um ano de 2012 com muita volatilidade no mercado financeiro.

Até 2015, a estatal precisa captar anualmente entre US$ 7 bilhões e US$ 12 bilhões para implementar seu plano de desenvolvimento, estimado em US$ 224 bilhões. Se levada em conta a amortização da dívida, a necessidade sobe para um volume entre US$ 12 bilhões e US$ 18 bilhões.

Importação de gasolina

A Petrobras deverá aumentar em 2012 as importações de gasolina, que neste ano já cresceram cerca de 400% em relação a 2010. De acordo com o diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, as compras do combustível no exterior terão que aumentar por causa de três fatores: a queda na produção interna de etanol, a incapacidade das refinarias brasileiras de elevar a produção de gasolina e o crescimento da demanda, associado à ampliação da frota de veículos. Em 2011, as importações de gasolina chegaram a 45 mil barris diários, mais de 10% da demanda, que é de 432 mil barris.