Temer tem encontro com ministros e parlamentares para discutir reforma

Paulo Celso Pereira

João Sorima neto

10/04/2017

 

 

Em rede social, governadores tucanos defendem mudanças também nos estados

O presidente Michel Temer se reuniu ontem, na residência oficial do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), com quatro ministros da base aliada e com o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), para discutir a reforma da Previdência. Ficou acertado que haverá um novo encontro, amanhã, no qual o presidente discutirá a reforma com todos os líderes de sua base na Câmara dos Deputados e com todos os deputados da base — titulares e suplentes — da Comissão Especial da Reforma. O governo ainda vê espaço para pequenas alterações que possam viabilizar a aprovação do texto. O único ponto inegociável é o estabelecimento de uma idade mínima para aposentadoria.

Estiveram presentes na reunião os ministros Raul Jungmann (PPS-PE), da Defesa; Bruno Araújo (PSDB-PE), das Cidades; Mendonça Filho (DEMPE), da Educação, e Antônio Imbassahy (PSDB-BA), da Secretaria de Governo. Além deles, também estiveram no encontro o líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PPPB), e o presidente do DEM, José Agripino Maia. À noite, Temer se encontraria com o relator da reforma, deputado Arthur Maia (PPS-BA).

Os governadores tucanos Geraldo Alckmin, de São Paulo, e Marconi Perillo, de Goiás, defenderam ontem a reforma da Previdência para servidores estaduais em vídeo nas redes sociais. Segundo eles, o país precisa de um regime geral de Previdência para todos, de modo a reduzir a distância das aposentadorias pagas a servidores públicos e empregados do setor privado.

A proposta enviada à Câmara deixou de fora servidores estaduais e municipais, mas o governo indicou que daria 180 dias a estados e prefeituras para que façam suas próprias reformas. Caso não cumpram o prazo, devem passar a valer as regras estabelecidas pelo Congresso.

O governador de São Paulo citou que 70% dos aposentados do setor privado recebem apenas um salário mínimo. A média de aposentadoria paga a esses trabalhadores é de 1,7 salário mínimo e ninguém ganha mais de R$ 5 mil, que é o teto do INSS. Alckmin disse que, pelo lado dos servidores estaduais, há aposentadorias de R$ 40 mil ou R$ 50 mil.

— É uma coisa totalmente desequilibrada e ainda financiada por estes trabalhadores de baixa renda — afirmou.

O globo, n.30562 , 10/04/2017. Economia, p. 17