Título: Morte abala o encontro
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Fonte: Correio Braziliense, 21/12/2011, Economia, p. 13

Montevidéu — A morte de subsecretário de Comércio Exterior da Argentina, Iván Heyn, causou consternação ontem, na reunião de cúpula do Mercosul. O economista, de 33 anos, foi encontrado enforcado com um cinto em um quarto do luxuoso hotel Radisson, onde normalmente as delegações estrangeiras se hospedam na capital do Uruguai.

Ao ser informada da tragédia, a presidente argentina, Cristina Kirchner, abandonou a sala onde os mandatários do bloco sul-americano estavam reunidos. Segundo fontes da delegação argentina, ela teve uma crise nervosa e precisou ser atendida por uma equipe médica. Com o clima de tristeza, a tradicional foto dos participantes da cúpula foi suspensa.

A morte do economista foi classificada inicialmente como suicídio pelas autoridades uruguaias, mas não está descartada a possibilidade de crime sexual. Heyn estava em Montevidéu desde a semana passada para participar de reuniões técnicas preparatórias. Ontem, sua ausência chamou a atenção da comitiva argentina. De acordo com José Luis Rondán, chefe de Relações Públicas da Polícia de Montevidéu, ele foi encontrado no início da tarde por um funcionário do hotel, que avisou as autoridades.

Heyn era integrante do grupo juventude peronista La Cámpora, do qual participa Máximo Kirchner, filho mais velho da presidente argentina. Ex-dirigente da Federação Universitária do país, ele ocupou outros cargos no Ministério da Economia durante a primeira presidência de Cristina Kirchner e havia assumido a Subsecretaria de Comércio Exterior há apenas 10 dias.