Curitiba usará helicópteros para monitorar manifestantes

Marina Oliveira 

10/05/2017

 

 

Autoridades de segurança montam esquema para evitar confrontos

Tudo indica que sentença de Moro sairá antes do fim do mês. Curitiba planejou um forte esquema de segurança para o depoimento hoje do expresidente Luiz Inácio Lula da Silva ao juiz Sergio Moro, que incluirá até helicópteros para acompanhar a movimentação dos atos pró-Lula e também dos apoiadores da Operação Lava-Jato. Desde a manhã de ontem, a Secretaria de Segurança Pública do Paraná adota medidas de fiscalização e controle do fluxo nas estradas e no entorno da capital paranaense.

Uma caravana com 20 ônibus vindos de São Paulo chegou a Curitiba ontem de manhã com simpatizantes do ex-presidente Lula. Outras estão sendo esperadas para a manhã de hoje. Eram esperadas 1.350 pessoas até o fim da noite de ontem e mais 60 ônibus até hoje.

Os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff devem chegar hoje à cidade. Dilma chegaria em voo comercial, enquanto Lula se deslocaria num jatinho particular. Não foi revelado quem é o dono tampouco quem vai arcar com os custos. Ambos estão sendo esperados num ato marcado no Centro da cidade para logo depois do depoimento.

Na tarde de ontem, houve uma caminhada da Rodoferroviária de Curitiba, local onde está o acampamento do MST e da CUT, até a Praça Tiradentes, no Centro. Houve escolta para o ato, e a Polícia Militar pede que a população evite as ruas centrais da capital.

Além da supervisão com helicópteros, a Polícia Militar iniciou o bloqueio no entorno do prédio da Justiça Federal às 23h de ontem. Pessoas sem credencial não poderão acessar a área demarcada.

Conforme explicou o secretário de Segurança, Wagner Mesquita, as manifestações vão se concentrar em dois pontos da cidade.

OS PONTOS CRÍTICOS

Os apoiadores da Lava-Jato devem se reunir na região do Centro Cívico, em frente ao Museu Oscar Niemeyer (MON). Já os manifestantes pró-Lula ficarão a cerca de três quilômetros dali, na Praça Santos Andrade, no centro da capital.

— São três pontos críticos: o prédio da Justiça Federal, o Museu do Olho (MON), a Praça Santos Andrade. Eventualmente, a Boca Maldita. Durante todo o dia haverá uma interferência policial. Se a população puder evitar esses núcleos, contornar e fazer caminhos alternativos vai ser bom para todos — disse o secretário da Segurança paranaense.

No fim de semana, a Justiça do Paraná determinou que pedestres e veículos não autorizados estarão sujeitos a multa de R$ 100 mil se entrarem na área próxima ao prédio da Justiça Federal até as 23h de hoje. A montagem de estruturas e acampamentos naquela área será punida com multa diária de R$ 50 mil.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu ontem facões, foices e facas de alguns passageiros dos ônibus que chegaram à capital. Os manifestantes foram identificados pela Polícia Rodoviária. A Guarda Civil, no entanto, não registrou nenhuma ocorrência até a tarde de ontem.

Na semana passada, a Secretaria da Segurança Pública havia divulgado que a polícia tem prerrogativa para revistar ônibus que não estejam em conformidade com as exigências da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) nas rodovias federais. E que somente seria liberado o trânsito interestadual de veículos comerciais em bom estado e com documentação em dia.

 

O globo, n. 30592, 10/05/2017. País, p. 4