Título: IGP-10 fica em 5,33%
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Fonte: Correio Braziliense, 16/12/2011, Economia, p. 13
A inflação medida pelo Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) desacelerou a 0,19% em dezembro, após alta de 0,44% em novembro, informou ontem a Fundação Getulio Vargas (FGV). Com o resultado deste mês, o índice fechou 2011 com alta de 5,33%, menos da metade da taxa de 2010, quando alcançou 11,16%. Para a FGV, o resultado da medição — o IGP-10 é o primeiro a ter a apuração anual encerrada — indica um novo padrão inflacionário para o país no início de 2012.
"O cenário mundial e as consequências da crise estão sendo repassadas de maneira mais clara e transparente para a inflação", disse o economista da FGV Salomão Quadros. A seu ver, a leitura do IGP-10 mostra que queda dos preços das commodities está chegando com mais intensidade aos preços e que, por conta disso, o país está entrando em um período de IGPs mais baixos. "De agosto a outubro, a nossa inflação subiu e ganhou um novo patamar por conta da pressão cambial. Agora, o padrão mudou com o agravamento da crise global", explicou.
Minério O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que corresponde a 60% do IGP-10, caiu 0,03%, contra alta anterior de 0,48%. O movimento foi puxado pela queda de 4,62% no minério de ferro, ante alta de 3,03% em novembro. A pressão menor do IPA é vista como um sinal positivo para o consumidor no início de 2012, indicando repasses menores aos preços finais. "O IPA absorve mais rápido os efeitos da desaceleração da economia e da crise mundial. Já o varejo e a construção ainda sofrem influência de massa salarial e demanda mais aquecida", ponderou Quadros. Mas ele previu que o alívio nos preços do atacado deve chegar ao varejo em breve.