Título: Agnelo recebe apoio na Câmara
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Fonte: Correio Braziliense, 16/12/2011, Cidades, p. 24

Em pronunciamento no plenário, Chico Vigilante levanta supostos crimes cometidos pelo deputado federal Fernando Francischini, autor de denúncia contra o governador do DF. Distritais também são solidários

As últimas denúncias que envolvem o governador Agnelo Queiroz ainda são motivo de debate na Câmara Legislativa. Na tarde de ontem, o deputado distrital Chico Vigilante (PT) usou a tribuna para atacar o deputado federal Fernando Francischini (PSDB-PR), que na véspera havia acusado o governador do DF de ter favorecido uma empresa em 2008, quando era diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

De acordo com o petista, que levou ao plenário uma matéria publicada pelo jornal do Espírito Santo (ES) Século Diário, Francischini teria cometido uma série de crimes quando ocupava o cargo de subsecretário de Segurança Pública do Espírito Santo, durante a primeira gestão do ex-governador Paulo Hartung. A reportagem do jornal capixaba, veiculada no dia 22 de outubro de 2009 e intitulada "Tiroteio, sangue e violência na passagem do agente Fernando Francischini pelo ES", afirma que "o agente da Polícia Federal Francischini (...) notabilizou-se como operador do Guardião, equipamento de escuta telefônica cujo uso de maneira ilegal provocou um escândalo de repercussão nacional, atingindo gravemente a liberdade de expressão". O texto diz ainda que uma das vítimas dos grampos feitos pelo deputado federal foi a Rede Gazeta.

Outra denúncia grave que a publicação traz é sobre o crime de latrocínio (roubo seguido de morte) que vitimou o juiz Alexandre Martins de Castro Filho, responsável pelo inquérito policial militar aberto para investigar Francischini e o soldado Jailson Ribeiro Soares, também encarregado das investigações. O texto sustenta que Soares "caminhava à paisana e desarmado, nas proximidades do edifício Palas Center, no Centro de Vitória, quando foi submetido a uma abordagem policial patrocinada pelo então subsecretário de Segurança Pública, Fernando Francischini, e pelos militares estaduais que lhe acompanhavam". As descrições dos crimes teriam sido retiradas das conclusões do relatório final do inquérito feitas pelo corregedor coronel Jonas de Brito Silva.

De acordo com o deputado Chico Vigilante, a reportagem ajuda a "desmascarar" a pessoa que está atacando o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz. "Uma pessoa que teria se envolvido em crimes de extermínio, arapongagem e que grampeou até uma TV não pode acusar ninguém de nada", afirmou o petista.

O pronunciamento de Chico Vigilante foi apoiado por grande parte dos distritais na Câmara. O deputado Raad Massouh (PPL) destacou que não faz sentido a intromissão de um parlamentar de outro estado nas questões políticas do DF. Em evento ontem de manhã no Ministério da Integração, o governador Agnelo voltou a rebater as denúncias. "Isso é mentira deslavada, descarada, desonesta e sórdida", afirmou.

"Uma pessoa que teria se envolvido em crimes de extermínio, arapongagem e que grampeou até uma TV não pode acusar ninguém de nada"

Chico Vigilante, deputado distrital pelo PT