No discurso, que durou cerca de 13 minutos, Lula falou diante de militantes que ninguém seria mais “perseguido ou massacrado” do que ele:

— Haverá um momento que a História irá mostrar que nunca antes na História do Brasil alguém foi tão perseguido ou massacrado como eu estou sendo nos últimos anos.

Ao se dirigir novamente à plateia, Lula chorou ao afirmar:

— Se um dia eu tiver que mentir para vocês, eu prefiro que um ônibus me atropele em qualquer rua deste país.

Ele voltou a mirar os procuradores do Ministério Público Federal e pediu “para ser respeitado”:

— Hoje pensei que os meus acusadores iriam mostrar uma escritura, um documento, um pagamento, alguma coisa que eu fiz para ter o tal apartamento (o tríplex no Guarujá, cidade no litoral paulista) que eles dizem que é meu.

De acordo com o ex-presidente, depois de mais de cinco horas, a audiência conduzida pelo juiz Serio Moro se limitou a perguntar se ele conhecia outros implicados no processo.

— Perguntaram se eu conheço o (João) Vaccari, se eu conheço o (empresário) Léo Pinheiro, se eu conheço o Paulo Okamotto (presidente do Instituto Lula). É lógico que eu conheço e não tenho vergonha das pessoas que eu conheço.

BULLYING CONTRA O NETO

Lula ainda tentou explicar ao público por que sua defesa pediu autorização (negada) para filmar o interrogatório:

— Minha mãe dizia que a gente conhece quando uma pessoa está dizendo a verdade não é pela boca, é pelos olhos. É por isso que eu queria que fosse transmitido ao vivo. Para que as pessoas vissem os olhos de quem está perguntando e de quem está respondendo.

Lula também relatou ter dito aos investigadores os problemas que sua família enfrenta por causa das acusações.

— Eu disse para eles: vocês não respeitam sequer uma criança de 4 anos que sofre bullying na escola que estuda por conta das mentiras contadas para imprensa sobre o Lula e sobre o PT.

Com a mesma roupa que usou no depoimento ao juiz Sergio Moro, o ex-presidente petista exaltou os militantes reunidos por organizações sociais e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, que foram à capital do Paraná especialmente para apoiá-lo.

— É tão gratificante saber que vocês confiam em alguém que está sendo massacrado como eu — agradeceu o ex-presidente Lula.

A ex-presidente Dilma Rousseff também discursou e atacou as reformas trabalhista e da Previdência que tramitam no Congresso. Ela ainda disse que querem impedir que Lula seja candidato a presidente em 2018.