06/05/2017

Ex-presidente afirma que, sem conseguir produzir provas, procuradores partem para ‘desesperada gincana’

Em nota, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o depoimento do exdiretor da Petrobras Renato Duque é uma tentativa dos investigadores da Lava-Jato de fabricar acusações contra ele.

Segundo o ex-presidente, os procuradores não conseguiram produzir provas e, agora, apelaram para a fabricação de depoimentos mentirosos, parte de uma “desesperada gincana” em busca de evidências contra ele.

Para os advogados de Lula, Duque tenta corroborar a tese dos procuradores.

“Depoimentos cruzados — e certamente combinados — não substituem provas”, afirmou, também em nota, Cristiano Zanin Martins.

O texto afirma que, conforme a defesa de Lula alertou, o adiamento do interrogatório do ex-presidente, remarcado para a próxima quarta-feira, serviu apenas para que se pudesse encaixar no processo os depoimentos de ex-diretores da OAS e, agora, o de Renato Duque. Assim como o ex-diretor da Petrobras Léo Pinheiro e executivos da OAS não tinham falado de Lula até então.

“Os três depoentes, que nunca haviam mencionado o expresidente Lula ao longo do processo, são pessoas condenadas a mais de 20 anos de prisão, encontrando-se objetivamente coagidas a negociar benefícios penais”, diz a nota.

Ontem, Duque também indicou a participação do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e do ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo na arrecadação de recursos.

Procurada, a defesa de Paulo Bernardo disse que o ex-ministro nega veementemente essa afirmação e informa que jamais esteve com Renato Duque. O advogado de Vaccari também disse que as acusação de Duque “não são verdadeiras” e devem ser recebidas com “total desconfiança”, já que o ex-diretor da Petrobras negocia um acordo de delação premiada com a força-tarefa da Operação Lava-Jato.

A assessoria do senador Aécio Neves negou que ele tenha indicado cargos no governo Lula. “Essa afirmação já foi desmentida duas vezes.”

O globo, n.30588 , 06/05/2017. País, p. 5