Título: Preparação para reunião ministerial
Autor: Sassine, Vincíus ; Gama, Junia
Fonte: Correio Braziliense, 22/01/2012, Política, p. 4
Dilma convoca ministros com a finalidade de discutir os principais problemas a serem enfrentados no segundo ano
Sem conseguir efetivar o enxugamento desejado na Esplanada dos Ministérios, e diante do inchaço de pastas na estrutura do Executivo, a presidente Dilma Rousseff recorreu a reuniões setoriais com ministros que avançam pelo fim de semana. Os encontros são preparatórios para a primeiro reunião da presidente com os 38 ministros neste ano, prevista para amanhã à tarde no Palácio do Planalto.
Como o grande encontro terá pouca efetividade técnica, em razão da quantidade de titulares do primeiro escalão, Dilma fatiou as discussões sobre o segundo ano de mandato por grupos de ministros, um modelo que a presidente ainda deseja adotar definitivamente ao longo de sua gestão. Sete ministros, o vice-presidente Michel Temer, e os presidentes da Caixa Econômica Federal e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tiveram um sábado de trabalho intenso no Palácio da Alvorada.
As duas reuniões setoriais de ontem tiveram início antes das 9h e se estenderam até as 18h. Foram interrompidas apenas para o almoço de Dilma com os ministros. O primeiro encontro tratou de assuntos econômicos e polícia internacional. Participaram o vice-presidente e os ministros da Casa Civil, Gleisi Hoffmann; da Fazenda, Guido Mantega; do Planejamento, Miriam Belchior; das Relações Exteriores, Antonio Patriota; e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel.
Um dos temas abordados pela presidente e pelos ministros foi o corte estimado de R$ 60 bilhões do Orçamento da União para 2012. A reunião serviu para Dilma e seus auxiliares discutirem os efeitos da corte num cenário de crise econômica internacional. O segundo encontro setorial, iniciado às 16 horas, discutiu crédito e financiamento. A essa altura, Michel Temer já havia deixado o Palácio da Alvorada. A reunião ganhou o reforço do secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho; do presidente da Caixa, Jorge Hereda; e do presidente do BNDES, Luciano Coutinho.
Aprovação é recorde Pesquisa DataFolha divulgada na tarde de ontem mostra que a presidente Dilma Rousseff é aprovada por 59% dos brasileiros, que consideram a gestão ótima ou boa. Outros 33% classificam a gestão como regular e 6%, como ruim ou péssima. De acordo com o instituto, o índice de aprovação ao fim de um primeiro ano de governo é recorde, maior do que o alcançado por todos os presidentes que antecederam Dilma desde a volta das eleições diretas. O Datafolha ouviu 2,575 pessoa em 18 e 19 de janeiro. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.