Título: Recordes de gastos no exterior
Autor: Garcia, Larissa ; Tranches, Renata
Fonte: Correio Braziliense, 20/01/2012, Mundo, p. 14

O aumento da renda, combinado com a valorização do real, tem levado cada vez mais brasileiros ao exterior. Prova disso é que, somente em 2010, mais de 5 milhões de pessoas fizeram viagens internacionais. Dados do Ministério do Turismo mostram que os Estados Unidos encabeçam a preferência dos passageiros e receberam 1,1 milhão de pessoas. Em segundo lugar vem a Argentina (869 mil turistas), seguida pela França (383 mil). Em consequência, os consumidores têm movimentado a economia desses países.

Além do grande número de desembarques, os visitantes do Brasil ostentam recordes de gastos no exterior. Segundo o Banco Central, de janeiro a novembro do ano passado, os brasileiros gastaram mais de US$ 19 bilhões com viagens internacionais, crescimento de 17% em relação a 2010. Em média, cada pessoa gasta US$ 1,7 mil na América do Sul e entre US$ 2,5 mil e 3 mil na Europa, por viagem.

No ranking da Organização Mundial do Turismo (OMT), o Brasil está entre os países que mais gastam com viagens internacionais — alta de 32% em relação a 2010. O país ficou atrás apenas da China, que aumentou o número de embarques para o exterior em 38%. O crescimento dos gastos dos brasileiros já é seis vezes a quantia desembolsada por europeus e americanos pelo mundo.

A OMT divulgou ainda que o turismo mundial se manteve a todo vapor em 2011, com alta de 4,4% no número de viagens em relação ao ano anterior. A Europa teve o maior número de visitantes no período: recebeu 503 milhões de pessoas, apesar das ameaças de crise. Ainda assim, a projeção é de que o ritmo de crescimento do turismo diminua em 2012 e fique entre 3% e 4%, por conta da expectativa de desaceleração econômica no cenário internacinal.

Em áreas de conflitos políticos e sociais, houve redução no fluxo de turistas em 2011. África e Oriente Médio, por exemplo, fecharam o ano com redução de 12% e de 8%, respectivamente, no setor. No total, 55 milhões de pessoas deixaram de viajar para essas regiões, em comparação a 2010. (LC)