NAS RUAS - Protestos no Rio, SP e em BH

Na maioria pacíficas, manifestações contra Temer tiveram momentos de violência

 LUDMILLA LIMA

GUSTAVO SCHMITT

 EDUARDO BARRETO

SILVIA AMORIM

19/05/2017

 

 

Médicos voluntários ajudaram a socorrer feridos em protesto no Rio que terminou em confronto entre policiais e manifestantes

 
 

As acusações contra o presidente Michel Temer provocaram uma onda de protestos no país. No Rio, após manifestação pacífica iniciada na Candelária, grupos de mascarados entraram em confronto com a polícia. Foram disparadas bombas de gás de efeito moral, enquanto os manifestantes revidavam atirando garrafas, pedras e pedaços de pau. Médicos voluntários atendiam feridos durante o ato.

O clima tenso no centro do Rio só terminou no fim da noite. Ao mesmo tempo, manifestação em São Paulo fechava a Avenida Paulista, nos dois sentidos. O grupo, carregando cartazes e pedindo a renúncia de Temer, parou em frente ao prédio da Presidência para um ato de protesto.

Em Brasília, um grupo marchou na Esplanada do Ministérios, muitos com cartazes de “Fora Temer” e entoando gritos e xingamentos contra o presidente. Também foi registrada manifestação em Belo Horizonte, cidade do senador Aécio Neves e onde a sua irmã, Andrea Neves, e seu primo, Frederico Pacheco, foram presos ontem.

 

NO FINAL, TENSÃO

No Rio, manifestantes começaram o ato na Candelária. Várias pessoas com bandeiras da Central Única dos Trabalhadores (CUT), e cerca de 50 policiais do 5º BPM (Praça da Harmonia) acompanhavam a movimentação. O efetivo foi reforçado no início da noite.

O ator Humberto Carrão era um dos que defendem eleições diretas após as denúncias contra Temer.

— Eu acreditava que ele renunciaria. Mesmo que ele caia, é importante estar na rua para pedir eleição direta — diz o ator.

O ponto de tensão em São Paulo aconteceu em frente ao escritório da Presidência, quando um grupo de encapuzados ameaçou depredar o local e levou a um clima tenso com a Polícia Militar. Algumas lideranças do ato, no entanto, dissuadiram os manifestantes. O escritório já foi alvo de outros protestos durante o governo Temer. Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto chegaram a ocupar o local contra cortes no programa Minha Casa, Minha Vida. Alguns grupos de manifestantes ironizaram Temer: “Fica Temer: na cadeia’’. Não há registros de tumultos até o momento.

Em Belo Horizonte, o protesto começou no início da noite na Praça Sete, no centro da capital. O que era para ser um ato concentrado na principal praça da cidade tornou-se uma marcha pelas ruas do entorno, congestionando o trânsito de quem tentava voltar para casa. Houve reforço da segurança em prédios públicos e não teve registro de confusão.

O globo, n.30601 , 19/06/2017. País, p. 9