Advogado diz que Aécio desconhece papel com ‘cx 2’

Cristiane Jungblut

28/05/2017

 

 

Segundo defesa, senador nunca usou bloqueador de celular encontrado pela PF

 

O advogado do senador afastado Aécio Neves (PSDBMG), Alberto Toron, divulgou nota ontem em que nega que os documentos apreendidos pela Polícia Federal (PF) na residência do tucano sejam comprometedores. A nota sustenta que Aécio desconhece o papel onde foi encontrada a inscrição “cx 2" e que o parlamentar nunca usou o aparelho de bloqueio de celulares oferecido a ele na campanha de 2014.

O advogado disse também que todas as campanhas eleitorais de Aécio ocorreram “em absoluto respeito à legislação vigente” e que, por isso, eles “repudiam com veemência ilações apressadas que vêm sendo feitas sobre os citados documentos e aguardamos acesso a eles para que todos os esclarecimentos sejam feitos e eventuais dúvidas sanadas”. Mas não cita quais especulações.

“Quanto à citada inscrição ‘cx2’ em uma folha de papel, desconhecida por nós, a defesa do senador aguarda o mais rapidamente possível ter acesso a esse ‘papel’ para demonstrar que não se refere a qualquer irregularidade".

A nota acrescenta: “Os documentos divulgados ontem sobre apreensões feitas na residência evidenciam que nada que comprometa a atuação do senador foi encontrado, atestando, mais uma vez, a lisura de seus atos”.

O advogado explicou que o aparelho de bloqueio de celulares foi “oferecido” a Aécio em 2014, quando ele era candidato a presidente. “Foi oferecido ao senador ainda na campanha presidencial de 2014, quando suspeitava-se de que conversas da sua equipe poderiam estar sendo gravadas. Porém, o aparelho jamais foi utilizado pelo senador”.

A nota diz ainda que o quadro do pintor Portinari é “pintura feita especialmente para o presidente Tancredo Neves em 1961” e e está “na família há quase 60 anos”. A nota reitera que o quadro consta de todas as principais publicações sobre o autor tendo a indicação do proprietário.

Sobre o documento que se refere a Norbert Müller, a defesa diz que se trata de “documento público, cuja cópia foi solicitada pela defesa do senador, após citações na imprensa, exatamente para demonstrar que a referência feita à mãe do senador havia sido arquivada por não conter irregularidades”.

Em outra nota, divulgada na sexta-feira, Toron lamentou que “citações sem qualquer informação real sobre a que se referem ou mesmo alguma contextualização que permitam o seu devido esclarecimento estejam sendo divulgadas para a imprensa por agentes públicos envolvidos na investigação em curso".

 

O globo, n.30610 , 28/05/2017. PAÍS, p.9