Título: China é o maior alvo
Autor: Hessel, Rosana
Fonte: Correio Braziliense, 13/01/2012, Economia, p. 11

Em época de crise internacional, o protecionismo aumenta de todos os lados. Essa máxima da economia global praticamente colocou por terra as conversas para a abertura comercial da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC), em 2001. As conversas estão no limbo desde a hecatombe financeira de 2008.

No Brasil, não é diferente. Não à toa, a receita das medidas antidumping (contra a concorrência desleal) estão crescendo a olhos vistos. Somaram R$ 264,8 milhões, volume quase 4% maior do que o arrecadado em 2009 — percentual acima do avanço do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todas as riquezas do país) — e quase 10 vezes superior aos R$ 28,3 milhões de 2005.

A China é o principal alvo das investigações contra concorrência desleal do governo brasileiro, que vem intensificando esse procedimento e pretende fechar o cerco contra o dumping, especialmente com o dólar em queda barateando os produtos importados no mercado nacional. Enquanto o dólar subiu 12,65% em um ano, passando de R$ 1,66 em 31 de dezembro de 2010 para R$ 1,87 no último dia útil de 2011, o percentual de investigações contra produtos chineses triplicou. Saltou de 10% do total para 31%, informou ao Correio a secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres.

Prorrogação "Realmente, estamos intensificando as investigações contra a prática de concorrência desleal e a China é a principal origem", afirmou. "Esse número tende a aumentar ainda mais este ano." Atualmente, o Departamento de Defesa Comercial (Decom) possui 38 investigações antidumping em andamento. Outras 86 medidas estão em vigor, das quais 20 vencem este ano. "Vamos ver o que fazer, caso a caso. Algumas poderão ser prorrogadas", afirmou Tatiana. (RH)