Título: Medidas eficientes
Autor:
Fonte: Correio Braziliense, 13/01/2012, Economia, p. 11

Frankfurt — A grande quantidade de empréstimos do Banco Central Europeu (BCE) está ajudando substancialmente o sistema bancário da Zona do Euro e aumentando a confiança na economia do bloco, que mostra alguns sinais de estabilização. A declaração foi do presidente da autoridade monetária europeia, Mario Draghi. Ontem, o órgão manteve a taxa de juros em 1% a fim de avaliar o impacto de cortes e outras medidas adotadas no fim do ano passado. A decisão dá sinais de que as ações estão ajudando a combater a crise da dívida na região.

"O amplo recurso para os primeiros três anos da operação de refinanciamento indica que a nossa política de medidas não padronizadas está oferecendo uma contribuição substancial para melhorar a situação dos bancos, apoiando condições financeiras e a confiança", disse Draghi. Para ajudar a combater a crise na Zona do Euro, o BCE ofereceu aos bancos, em empréstimos de três anos, aproximadamente 500 bilhões de euros e deve fazer outra oferta similar em fevereiro.

O presidente da França, Nicolas Sarkozy, pediu que os bancos usem os empréstimos para comprar títulos da dívida de países europeus problemáticos. Leilões da dívida na Espanha e na Itália realizados ontem sugeriram que esse tipo de ação pode estar ocorrendo, com analistas dizendo que a abundante quantidade de recursos no mercado ajudou a impulsionar a procura pelos papéis. "Essa decisão preveniu uma contração no crédito que poderia ter sido muito, muito mais séria", disse Draghi. Os bancos se recusam a emprestar dinheiro uns para os outros, o que dificulta a recuperação econômica do bloco.

Tempo Ontem, as instituições financeiras envolvidas nas negociações para o perdão da dívida grega afirmaram que ainda é preciso resolver muitos assuntos e advertiram que "se esgota o tempo" para que um acordo seja fechado. "Uma série de questões foram discutidas, mas algumas áreas continuam pendentes", ressaltou o Institute of International Finance (IIF), organismo que representa os detentores da dívida do governo da Grécia.

Jean Lemierre, do banco francês BNP Paribas, e Charles Dallara, do IIF, vão se reunir hoje com o primeiro-ministro grego, Lucas Papademos, e o ministro de Finanças, Evangelos Venizelos. O acordo pressupõe um perdão de metade da dívida grega, o que a reduziria para cerca de US$ 127 bilhões. Mas, nas últimas semanas, as autoridades gregas e analistas afirmaram que será preciso um corte maior para ordenar as finanças gregas.