Mudanças terão compensações, diz Meirelles
Adriana Fernandes/ Idiana Tomazelli
13/04/2017
Segundo ministro, técnicos estudam o impacto nas contas das alterações na Previdência
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, informou ao ‘Estado’ que o governo está estudando medidas compensar o impacto das mudanças que estão sendo negociadas na proposta de reforma da Previdência.
Depois de uma reunião ontem à noite com Meirelles, o relator da reforma, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), informou que vai incluir no seu relatório o fim do pagamento do FGTS aos servidores das estatais que se aposentarem e continuarem trabalhando na empresa.
A economia para o governo com a medida será de R$ 2 bilhões por ano.
Meirelles informou que os técnicos estão calculando o impacto nas contas públicas das mais recentes mudanças nas regras de transição. Ele, porém, descartou a ideia de o governo incluir na Proposta de Emenda à Constitucional (PEC) o fim do abono salarial.
A possibilidade de mudanças nas regras do abono salarial foi aventada ontem pelo líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). “Nós, como eu já mencionei, não estamos pensando no abono. Agora, o senador, se ele apresentar sugestões, certamente nós vamos considerar, analisar”, disse o ministro.
Jucá também defendeu mudanças nas isenções das filantrópicas, principalmente nas faculdades particulares que são filantrópicas e “têm aviões e salários altos”.
O relator informou, no entanto, que não vai mexer nas isenções atuais, porém, incluirá dispositivo na PEC medida para acabar com isenções à novas filantrópicas.
SIMULAÇÃO DA IDADE MÍNIMA DA TRANSIÇÃO
Considerando a idade mínima para transição em discussão
ANO IDADE MÍNIMA – MULHERES IDADE MÍNIMA - HOMENS
2018 e 2019 50 anos 55 anos
2020 e 2021 51 anos e meio 56 anos
2022e 2023 53 anos 57 anos
2024 e 2025 54 anos e meio 58 anos
2026 e 2027 56 anos 59 anos
2028 e 2029 57 anos e meio 60 anos
2030 e 2031 59 anos 61 anos
2032 e 2033 60 anos e meio 62 anos
2034 e 2035 62 anos 63 anos
2036 e 2037 63 anos e meio 64 anos
a partir de 2038 65 anos 65 anos
COMO SABER MINHA IDADE MÍNIMA?
1 - Calcular quanto tempo já contribuiu para a Previdência e descobrir quanto tempo faltaria hoje para a aposentadoria por tempo de contribuição (atualmente, o requisito é de 35 anos para homens e 30 anos para mulheres).
2 - Calcular o pedágio de 30% sobre o tempo que falta para a aposentadoria e somar os números.
3 - Projetar, a partir da soma do tempo e do pedágio, qual será o ano de aposentadoria, considerando que a pessoa continue contribuindo sem interrupção (por exemplo, se a soma for 10 anos, é preciso olhar o ano de 2028, considerando que as novas regras entrem em vigência no ano que vem).
4–Localizar na tabela o ano encontrado e observar a idade mínima estabelecida para aquele período. Essa idade mínima passará a ser direito adquirido e não mudará para a pessoa com o passar dos anos.
EXEMPLOS
Caso 1 - Mulher com 42 anos e 25 de contribuição – faltando cinco para aposentar. Com o pedágio de 30%, faltarão 6 anos e meio, a serem atingidos em 2024. A idade mínima é de 54,5 anos. Ela deve cumprir os dois requisitos. Assim, mesmo tendo o tempo de contribuição aos 48,5 anos, se aposentará só aos 54,5 anos.
Caso 2 - Homem com 52 anos e 27 anos de contribuição. A soma do tempo de contribuição que falta mais o pedágio dá quase 10,5 anos. Ele conseguiria cumprir essa exigência em meados de 2028, quando a idade mínima será de 60 anos.
Ou seja, vai se aposentar com idade dois anos acima da idade mínima.
O Estado de São Paulo, n. 45103, 13/04/2017. Economia, p. B3.