Valor econômico, v. 17, n. 4239, 20/04/2017. Política, p. A7

MPF reafirma pedido de condenação de Cláudia Cruz

 

Bruno Peres

 

Em alegações finais apresentadas à Justiça, o Ministério Público Federal (MPF) reafirmou o pedido de condenação da jornalista Cláudia Cruz, mulher do ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pelos crimes de lavagem de dinheiro e evasão de dinheiro em processo que tramita na 13ª Vara da Justiça Federal em Curitiba.

Cláudia Cruz é acusada de se beneficiar do esquema de corrupção da Petrobras ao manter conta no exterior que era abastecida com dinheiro de propina paga ao marido, em função de contratos da estatal. A jornalista é acusada de usar valores desta conta para comprar artigos de luxo em viagens internacionais e pagar despesas pessoais.

"Cláudia Cruz, pessoa bem esclarecida, sempre teve conhecimento de que o salário de Eduardo Cunha, como servidor público, jamais seria capaz de manter o elevado padrão de vida por eles mantido", escreveram os procuradores em manifestação entre à Justiça.

O MPF pediu a condenação máxima de Cláudia Cruz e dos outros réus no mesmo processo: o empresário Idalécio Oliveira (acusado de corrupção ativa e lavagem de dinheiro), do diretor da área internacional da Petrobras, Jorge Zelada (corrupção passiva), e do lobista João Henriques (lavagem de dinheiro e evasão de divisas) - para quem os procuradores pediram, ainda, a manutenção da prisão preventiva.

Os procuradores solicitam que Henriques, Zelada e Oliveira sejam condenados a reparar o Erário por danos "morais e materiais causados por suas condutas" o valor de US$ 77,5 milhões. Eles pedem que Cláudia Cruz também pague reparação por danos, no valor de total de US$ 2,3 milhões.

Conforme as investigações, a mulher de Cunha teria sido beneficiada com parte da propina recebida pelo marido por viabilizar a compra, pela Petrobras, de um campo de petróleo em Benin, na África.