CPI da Previdência ouve funcionários de frigoríficos

Karla Gamba

09/06/2017

 

 

Dívidas com o INSS foram o motivo para convocação de empresas no Senado

Representantes dos frigoríficos JBS, Marfrig e Swift Armour estiveram no Senado, ontem, para prestar esclarecimentos à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Previdência. Além de perguntarem sobre as dívidas com o INSS, os senadores questionaram o gerente jurídico da JBS, Fabio Chilo, sobre a compra de dólares e operações no mercado financeiro pouco antes da divulgação da delação de Joesley Batista. Chilo alegou que não tinha legitimidade para responder perguntas fora do tema da dívida previdenciária.

Segundo os parlamentares, só a dívida da JBS com o INSS seria de R$ 2,4 bilhões. Fabio Chilo contestou esse valor e reclamou que a empresa tem créditos tributários no valor de R$ 1,5 bilhão que poderiam ser compensados pelo Fisco. Os senadores alegaram que tal operação seria ilegal.

A JBS e a Marfrig, consideradas as maiores devedoras da Previdência no setor de frigoríficos, reclamaram da demora da Receita Federal em ressarcir créditos tributários e negam que seriam os maiores devedores. Dizem que são os maiores credores.

— Não se trata de mero não pagamento. A compensação é muito morosa. A Receita não tem um prazo. As empresas têm crédito que deve ser ressarcido e todo dia 20 o vencimento de suas contribuições patronais. Se elas tivessem recebido em dinheiro, ela pagaria — disse Chilo.

Para o senador Lasier Martins (PSD-RS), as explicações das empresas não foram satisfatórias, principalmente as da JBS.

 

O globo, n.30622 , 09/06/2017. ECONOMIA, p. 17