Aprovação do governo piora, afirma pesquisa

Julia Lindner

01/04/2017

 

 

Índice dos que reprovam gestão de Temer é de 55%, ante 46% em dezembro, segundo CNI/Ibope

 

 

 

A avaliação negativa do governo do presidente Michel Temer (PMDB) aumentou de 46% em dezembro para 55% em março, segundo pesquisa Ibope encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgada ontem. Nos levantamentos de junho e setembro de 2016, o índice dos que consideravam o governo “ruim/péssimo” era de 39%. Temer assumiu o Planalto interinamente em junho e, em agosto, de forma efetiva.

A avaliação positiva do governo Temer registrou queda, e passou de 13% em dezembro para 10% agora. Consideram o governo “regular” 31% dos entrevistados, ante 35% da sondagem realizada em dezembro. Outros 4% não souberam ou não responderam sobre a gestão do peemedebista.

A aprovação pessoal do presidente também piorou. Agora, 73% dizem desaprovar a maneira de Temer governar. Em dezembro, esse porcentual era de 64%. Já o índice dos que aprovam o jeito do presidente de administrar o País caiu de 26% em dezembro para 20% em março.

A desconfiança em relação ao presidente aumentou – em dezembro 72% disseram não confiar em Temer; agora, são 79%. O índice dos que confiam no peemedebista foi de 23% para 17%.

Comparação. A avaliação de que o governo Temer é melhor do que a gestão da presidente cassada Dilma Rousseff (PT) passou de 21% (dezembro) para 18% (março). O índice dos que consideram a atual gestão pior que a da petista aumentou de 34% para 41%. Já os que avaliam os governos iguais somam 38%, ante 42% em dezembro.

O governo Temer permanece com o maior porcentual de rejeição na Região Nordeste – 67% consideram a gestão ruim ou péssima. Na pesquisa realizada em dezembro do ano passado, esse índice era e 57%. Na Região Sudeste, a reprovação ao governo passou de 46% para 52% no mesmo período.


________________________________________________________________________________________________________________________________

Planalto fala em 'combinação de fatores negativos'

Vera Rosa

01/04/2017

 

 

O núcleo político do Palácio do Planalto atribuiu o aumento da rejeição ao governo do presidente Michel Temer a uma combinação de fatores negativos, que vão da Operação Lava Jato à reforma da Previdência, passando pela alta do desemprego.

Auxiliares do presidente disseram, no entanto, que esse resultado já era esperado, uma vez que as medidas anunciadas pelo governo são duras, não houve, até agora, impacto dos sinais de melhora na economia no bolso do trabalhador e a Lava Jato tem ocupado boa parte do noticiário.

Auxiliares do peemedebista tentaram amenizar esse desempenho negativo mostrado pela pesquisa CNI/Ibope. A expectativa, segundo eles, é de que, com a reação da economia, no segundo semestre, a avaliação do governo vai melhorar.

Oficialmente, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República informou ontem que não comentaria a pesquisa sobre o governo.

 

Previdência. A reforma da Previdência é o tema mais lembrado pelos entrevistados em relação ao governo Temer, de acordo com a pesquisa divulgada ontem. Dos 2 mil entrevistados, 26% mencionaram o assunto – a reforma proposta é considerada crucial pelo governo para a retomada da economia. No levantamento de dezembro do ano passado, apenas 2% citaram o assunto.

Para os responsáveis pela pesquisa, os dados são reflexo da “maior exposição da população ao tema (Previdência) nos primeiros meses de 2017”. O segundo tema mais lembrado pela população é a Operação Lava Jato, que investiga esquema de corrupção e desvios na Petrobrás (9%). Outros 5% citaram notícias sobre corrupção envolvendo o governo, mas sem especificar os casos.

Em seguida foram citadas notícias sobre manifestações no Brasil (4%). Os debates sobre mudanças na legislação trabalhista aparecem na sequência (3%). Também foram mencionados temas como a autorização de saques nas contas inativas do FGTS (2%) e a reforma do ensino médio (1%).

 

Impostos. Os impostos e as taxas de juros são os itens com a pior avaliação. Dos entrevistados, 85% desaprovam a carga tributária e 80%, as taxas de juros. Em seguida, aparecem as áreas de saúde (79%) e segurança pública (79%).

A desaprovação no combate ao desemprego chega a 77%. Em junho e setembro do ano passado, esse índice era de 67%.

 

 

O Estado de São Paulo, n. 45091, 01/04/2017. Política, p. A9.