Título: Aperto na Espanha
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Fonte: Correio Braziliense, 06/01/2012, Economia, p. 13

Madri — Os bancos espanhóis podem precisar de uma injeção de capital de 50 bilhões de euros para reequilibrar suas finanças, segundo disse o ministro da Economia, Luis de Guindos, em entrevista ao jornal britânico Financial Times. O volume é o dobro do previsto pela Autoridade Bancária Europeia (EBA), que calculou em 26,160 bilhões de euros as necessidades das cinco maiores instituições do país.

O saneamento do sistema financeiro, que pode exigir dinheiro público, é uma das principais ameaças à meta do novo governo da Espanha de reduzir o deficit orçamentário para 4,4% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. "Mas, na maioria dos casos, essa capitalização extra pode ser realizada pelos próprios bancos, graças a seus lucros", frisou de Guindos.

Para cumprir a meta, o governo precisará arrecadar mais 40 bilhões de euros. Ontem, foi anunciado um novo pacote para equilibrar as contas, incluindo um programa de combate a fraudes fiscais com o objetivo de recuperar 8,2 bilhões de euros da economia marginal, que representa 25% do PIB espanhol. O plano "limita o uso de pagamento em espécie em determinadas transações", explicou a vice-primeira-ministra Soraya Sáenz de Santamaría.

O plano pretende diminuir o número de instituições públicas. "É preciso redimensionar o setor público, que conta com mais de 4.000 empresas e fundações, em sua maioria nas comunidades autônomas", disse. Em 2011, a dívida das regiões autônomas chegou a135,15 bilhões de euros, ou 12,6% do PIB, um recorde.