Título: Produção industrial avança 0,3%
Autor: Cristino, Vânia
Fonte: Correio Braziliense, 06/01/2012, Economia, p. 10

A indústria brasileira pisou fundo no freio. Em novembro, a produção industrial medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) subiu apenas 0,3% em relação a outubro e escorregou 2,5% na comparação com o mesmo período de 2010, o pior resultado desde outubro de 2009. O desempenho da atividade industrial no penúltimo mês de 2011 ficou abaixo da média das expectativas do mercado, de 0,5% de alta na comparação mensal e de queda de 2,4% em relação a novembro de 2010. Andre Perfeito, economista da corretora Gradual Investimentos, foi um dos que se decepcionaram.

Ponto final "A variação mensal ficou em pífios 0,3% e a anterior foi revista para baixo, agora em -0,7%. Tudo isso significa uma queda de 2,5% na variação anual e coloca um ponto final na recuperação do setor industrial brasileiro no pós-crise", afirmou. O gerente executivo de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flavio Castelo Branco, também reconheceu que esse pequeno aumento na atividade industrial ainda não é reflexo de uma recuperação do setor, especialmente porque os estoques ainda estão elevados. E foi taxativo: "A indústria está andando de lado".

O gerente de pesquisa do IBGE, André Macedo, admitiu que ainda é cedo para falar em recuperação. "Na margem, ele é melhor do que nos meses anteriores, mas não conseguiu reverter totalmente a trajetória de queda", comentou. A opinião é compartilhada pela economista do Santander Fernanda Consorte. Segundo ela, "o crescimento registrado pela produção não foi suficiente para a perda líquida acumulada nos últimos três meses". A atividade industrial está cada vez menos dinâmica, na avaliação dela. "A produção pode ter terminado 2011 com um crescimento fraco, em torno de 0,5%, o pior resultado desde 2003, quando cresceu apenas 0,1%."

Em novembro, dos 18 segmentos analisados, nove tiveram queda. A maior ocorreu no ramo de máquinas para escritório e equipamentos de informática (-8,3%), seguido de material eletrônico e equipamentos de comunicação (-7,5%) e de refino de petróleo e produção de álcool (-5,3%).

Famílias otimistas As famílias brasileiras estão otimistas quanto à situação econômica em 2012. O brasileiro está mais disposto a gastar, mas não pretende se endividar. Desde agosto de 2010, os consumidores nunca estiveram tão confiantes. Os dados foram levantados pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea). O Índice de Expectativa de Famílias de dezembro, divulgado ontem, apontou o maior indicador histórico (67,2 pontos). Em novembro, a pontuação havia sido de 63,7. Em dezembro de 2010, de 64,6. O Centro-Oeste é a região com melhores expectativas (77,4 pontos), seguida pelo Sul, Sudeste, Nordeste e Norte.