Relator da reforma trabalhista vê aprovação folgada em comissão

Juliana Arreguy 

27/06/2017

 

 

Votação na CCJ será amanhã. Plenário também deve aprovar, diz Ferraço

-SÃO PAULO- Uma semana depois da rejeição da proposta de reforma trabalhista do governo na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), relator do projeto, disse ontem que o texto deve ser aprovado com folga pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e, posteriormente, em votação no plenário da Casa. O projeto deve ser votado na CCJ amanhã.

Ao participar de evento na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), ontem, Ferraço se mostrou confiante na mobilização da base aliada do governo na CCJ.

— Acho que na Comissão de Justiça podemos ter algo como 16 a 10 (votos) — previu o senador tucano.

No último dia 20, em apreciação na CAS, dez senadores foram contrários ao parecer de Ferraço, enquanto nove votaram a favor. Na ocasião, após a derrota, o tucano afirmou que o projeto seguiria os trâmites normais. E esses trâmites, assegurou ele ontem, inclui a votação do relatório na CCJ ainda esta semana.

— Mesmo nesse ambiente (de grave crise política), temos conseguido dar passos importantes. Acho que vamos conseguir dar um desses passos nesta semana, na Comissão de Justiça, e na próxima, votando em plenário em definitivo o aperfeiçoamento das leis trabalhistas. Ou seja: independentemente da crise, nós estamos trabalhando e produzindo. Precisamos continuar — disse.

Ferraço não se arriscou a dar palpite numérico sobre a quantidade de votos que o governo poderá obter na votação da reforma no plenário, dizendo apenas estar confiante em uma votação “sólida”. E defendeu que a matéria deve ser aprovada ainda no próximo mês.

— Por ser uma legislação ordinária, acho que vamos ter uma votação muito sólida no plenário do Senado. É difícil apostar em números, mas acredito que sim, que até dia 4 ou 5 de julho teremos votado no plenário do Senado essa matéria — disse.

Embora tenha se posicionado a favor da renúncia do presidente Michel Temer, sob a alegação de que a questão política tem atrapalhado na aprovação das reformas, o tucano minimizou ontem o papel do Executivo na decisão a ser tomada no Senado:

— Essa reforma do aperfeiçoamento das leis trabalhistas independe do presidente. Depende da avaliação óbvia e necessária desse avanço.

 

O globo, n. 30640, 27/06/2017. Economia, p. 18