JÚNIA GAMA
MARIA LIMA
CRISTIANE JUNGBLUT
06/07/2017
Os aliados mais fieis do Planalto passaram a defender abertamente a interferência dos líderes na atual composição da CCJ para evitar uma derrota. Ontem mesmo, o líder do Solidariedade, Áureo (RJ), retirou-se da comissão para dar lugar a Laércio Oliveira (SD-SE). O partido, comandado pelo deputado Paulo Pereira da Silva, da Força Sindical, vem negociando com o Planalto a volta do imposto sindical e já havia retirado da comissão na semana passada o deputado Major Olímpio (SP), que é crítico de Temer. O líder do PTB na Câmara, deputado Jovair Arantes (GO), cobra dos demais líderes controle sobre os membros da comissão:
— Os líderes do governo têm que se mostrar mais e têm que trocar mesmo os integrantes da CCJ, se for preciso.
Parlamentares tucanos que apoiaram o adiamento de uma decisão sobre o desembarque do governo na Executiva do partido, há cerca de três semanas, migraram de posição e passaram a defender ontem que o desembarque ocorra logo após a votação da reforma trabalhista no Senado, na semana que vem.
A contabilidade no Senado é de sete senadores tucanos, entre um total de 11, favoráveis ao desembarque. Apenas Aécio Neves (MG), José Serra (SP), Ataídes Oliveira (TO) e Paulo Bauer (SC) ainda resistiriam à saída da base. Presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), que vinha adiando o rompimento, disse que o quadro mudou:
— Embora o discurso de Aécio ontem (anteontem) tenha sido de permanecer no governo, ele tem que enfrentar os fatos. A posição de desembarque está cada vez mais clara no partido e cabe ao presidente apenas chancelar. Tem coisas que a gente não controla — afirmou Tasso Jereissati.
Na Câmara, o placar estimado pelo líder do PSDB, Ricardo Tripoli (SP), é de seis votos favoráveis à denúncia, contra um apoio a Temer na CCJ. Desta forma, explica Trípoli, a permanência na base aliada seria incoerente.
— Deste jeito, fica inadmissível continuar no governo.