30/06/2017
-RIO E SÃO PAULO- Divididas sobre a inclusão ou não de manifestações contra o presidente Michel Temer no movimento, as centrais sindicais desistiram da convocação de greve geral para hoje. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Central dos Trabalhadores do Brasil (CTR) trabalham para que seus sindicatos paralisem as atividades nas áreas em que atuam, em protesto contra as reformas trabalhista e Previdenciária, e também contra Temer e a favor de eleições diretas.
No Rio, bancários dizem que irão aderir à greve. Na área de transportes, apenas os metroviários fizeram assembleia: trens, barcas e ônibus funcionam normalmente. O metrô informou que não terá interrupções no serviço.
Da base da CUT, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT) divulgou comunicado na terça-feira informando que os bancários de todo o país decidiram em assembleias pela paralisação geral hoje. Os metroviários de São Paulo, ligados à Conlutas, desistiram de cruzar os braços. Contudo, Força Sindical, UGT, CTB, Nova Central e CGTB anunciam para hoje atos e manifestações em diferentes locais. Sem falar em greve geral, essas centrais vão se manifestar nas ruas contra parte das propostas de reforma trabalhista e da Previdência, apenas.
DIVISÃO NOS SINDICATOS
“A intenção do protesto é cobrar mudanças nas propostas de reforma trabalhista e Previdenciária, que prejudicam os trabalhadores, além de fazer um alerta sobre o aumento do desemprego”, diz comunicado da Força, sem qualquer menção ao presidente Temer.
“Temer não tem moral para propor essas reformas e agora está perdendo o apoio dos parlamentares que sempre estiveram ao lado dos empresários”, disse Vagner Freitas, presidente da CUT.
A divisão das centrais e o abandono da ideia de uma greve geral, como a deflagrada em 28 de abril, foram decididos em reunião de dirigentes das centrais no Departamento Intersindical de Estudos Sociais e Econômicos (Dieese), feita há uma semana, em São Paulo. Alegando não dispor de tempo para uma mobilização nacional, Força e UGT teriam declinado da convocação.
O globo, n. 30643, 30/06/2017. País, p. 10