05/07/2017
Ele também afirmou que ouvia falar da influência de Cunha no Fundo de Investimentos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FI-FGTS), administrado pela Caixa. Mas ressalvou que soube disso por terceiros, em geral executivos da Odebrecht, comandada por ele.
Preso em Curitiba, também em função da Lava-Jato, Marcelo coopera com a Justiça. Ele foi ouvido em ação penal que investiga irregularidades na liberação de créditos do FI-FGTS para empresas, prestando depoimento na condição de testemunha de Lúcio Funaro, apontado como operador de Cunha. Além de Cunha e Funaro, também são réus na ação: o ex-presidente da Câmara e ex-ministro Henrique Alves, o empresário Alexandre Margotto, e o ex-vice-presidente da Caixa Fábio Cleto. O caso tramita na Justiça Federal do Distrito Federal, sob os cuidados do juiz Vallisney de Souza Oliveira.
Indagado se sabia quem integrava o grupo do PMDB na Câmara, da qual Cunha era membro, ele citou apenas um nome:
— A única pessoa que me lembro fazer parte desse grupo era Michel Temer. Mas isso era o Cláudio Melo Filho (executivo da Odebrecht) que me dizia.
Sobre suposta influência de Cunha na Caixa, respondeu:
— Isso era dito. Não necessariamente na Caixa Econômica. O que se ouvia falar é que ele tinha influência no FI-FGTS após a entrada de Fábio Cleto. Mas isso é o que eu ouvia. Eu nunca tratei diretamente com ele, nem ninguém me assegurou isso.
Ontem, a Polícia Federal pediu que Temer e os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco sejam investigados em inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar a existência de uma organização criminosa entre os deputados do PMDB e pessoas próximas. Caberá ao relator, ministro Edson Fachin, tomar uma decisão, o que poderá ocorrer somente a partir de agosto, quando o STF volta do recesso.