Título: Imposto é loucura
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Fonte: Correio Braziliense, 27/01/2012, Economia, p. 11
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, fez ontem duras críticas ao plano da União Europeia (UE) de impor uma taxa sobre transações financeiras. "Essa ideia seria uma loucura mesmo em tempos de forte crescimento econômico", afirmou Cameron, durante um discurso no Fórum Econômico de Davos, na Suíça. "Implementá-la em um momento de crise então seria insano", completou.
Segundo Cameron, é justo que o setor financeiro pague a sua parte e a Inglaterra já faz isso por meio dos impostos cobrados dos bancos e sobre a venda de ações. Ele calcula, contudo, que a ideia apresentada pela UE poderia reduzir o Produto Interno Bruto (PIB) do bloco em 200 bilhões de euros por ano, provocar o corte de 500 mil funcionários e forçar 90% dos mercados a deixar os países da região.
O fracasso de Cameron ao tentar deixar a Grã-Bretanha fora do imposto sobre transações financeiras foi fundamental para sua decisão — em uma reunião de cúpula da UE no mês passado — de não participar de um pacto fiscal que visa proteger a Zona do Euro. França, Alemanha e outros países da região devem seguir em frente com o imposto, mas Cameron ampliou seu ataque contra a gestão econômica da endividada Eurozona e pediu uma reforma completa na governança do bloco.
Segurança alimentar Reunidos em Davos, especialistas alertaram para o problema da segurança alimentar. Diretor da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o brasileiro José Graziano da Silva, inicialmente responsável pelo Fome Zero, disse que o problema agora não é mais a produção, mas sim garantir "o acesso aos alimentos" aos mais pobres.
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