Comissão de Ética da Presidência abre processo contra 2 ministros

Eduardo Barretto

04/07/2017

 

 

Gilberto Kassab e Marcos Pereira serão investigados após delações da JBS

-BRASÍLIA- A Comissão de Ética da Presidência abriu processos contra dois ministros, um vice-presidente da Caixa e três ex-ministros no âmbito das delações da JBS. O presidente Michel Temer, investigado por três crimes no Supremo Tribunal Federal (STF) por conta dessas delações, não é abrangido pelos trabalhos da comissão.

O foco da comissão são os atuais ministros Gilberto Kassab (Ciência e Tecnologia) e Marcos Pereira (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior); Geddel Vieira Lima (ex-ministro da Secretaria de Governo, preso ontem), Antonio Carlos Ferreira (vice-presidente corporativo da Caixa), Guido Mantega (ex-ministro da Fazenda, Planejamento e ex-presidente do BNDES) e Fernando Pimentel (ex-ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio). Eles terão dez dias para prestar explicações à comissão.

A comissão, que tem caráter consultivo e pode no máximo recomendar a demissão, já analisa condutas de outras oito autoridades e ex-autoridades citadas nas delações da Odebrecht. É o caso de três ministros do presidente Michel Temer que foram delatados por períodos em que eram ministros: Eliseu Padilha (Casa Civil, ex-ministro dos Transportes), Moreira Franco (Secretaria-Geral, ex-ministro da Secretaria de Aviação Civil) e Gilberto Kassab (Ciência e Tecnologia, ex-ministro das Cidades).

Ex-ministros petistas também são analisados pelo colegiado, no âmbito de delações da Odebrecht: Guido Mantega (ex-ministro da Fazenda, Planejamento e ex-presidente do BNDES), Paulo Bernardo (ex-ministro do Planejamento), Fernando Bezerra Coelho (ex-ministro da Integração Nacional), Edison Lobão (ex-ministro de Minas e Energia) e Alfredo Nascimento (ex-ministro dos Transportes).

— A marcha em prol da ética pública é essencial, especialmente neste momento em que de algum modo pode se supôr que questões relacionadas à moral e à ética sejam de segundo plano — afirmou o presidente da comissão, Mauro Menezes.

 

O globo, n. 30647, 04/07/2017. País, p. 5