Título: Impasse entre empresas e aeroviários
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Fonte: Correio Braziliense, 27/12/2011, Economia, p. 12

Os aeroviários — profissionais que trabalham em terra nos aeroportos — e os patrões não chegaram a um acordo, em reunião ontem no Ministério do Trabalho e Emprego. Enquanto os trabalhadores pedem 7% de aumento, as empresas insistem em 6,5%. O órgão intermediou o encontro e apresentou proposta alternativa que mantém o índice fixado pelas empresas e atende parcialmente a exigência dos operadores de piso de R$ 1,1 mil.

"Nossa ideia é de que as empresas que têm condições financeiras façam acordo diferenciado e paguem este valor. As companhias de menor porte fecharão em, no mínimo, R$ 1.045", explicou o secretário-adjunto de relações do trabalho, André Grandizolli. A proposta será analisada pelas empresas aéreas e pelos trabalhadores, em assembleias regionais. "Ainda estamos em estado de greve e não descartamos a possibilidade de paralisação", disse o diretor do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Luciano de Oliveira. Rapidez

Grandizolli acredita que um acordo pode ser fechado até a próxima semana. "Até quarta-feira, teremos a resposta do Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (Snea) e dos empregados. Caso seja positiva, não será necessária outra reunião. Caso contrário, marcaremos um encontro o mais rápido possível", afirmou.

Os profissionais já cruzaram os braços durante 24 horas na última quinta-feira em vários aeroportos brasileiros. A paralisação, entretanto, não causou tumulto no Aeroporto Presidente Juscelino Kubitschek, em Brasília. O movimento durante todo o dia foi normal. Os aeronautas — tripulantes de aeronaves —, categoria que também ameaçava paralisar as atividades, aceitaram o reajuste de 6,5% proposto pelas empresas. A decisão acabou enfraquecendo o movimento grevista. Além disso, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou que pelo menos 80% da categoria permanecesse trabalhando neste fim de ano.

Passagens sobem 56% no ano

As passagens aéreas e um grupo de alimentos in-natura foram os produtos que mais encareceram entre janeiro e novembro de 2011, segundo levantamento feito pela Tendências Consultoria com base na variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O custo das tarifas cobradas pelas companhias avançou 56,1% no período, enquanto a inflação média subiu 5,54%. Além dos bilhetes aéreos, ficaram no topo da lista a mandioca (50,6%), o quiabo (38,9%), o tomate (37,9%) e o pimentão (28,7%). Os alimentos subiram por questões climáticas que prejudicaram as plantações. O alho, o feijão fradinho e a laranja-pêra foram os que mais caíram.