TSE vai julgar chapa em maio, diz Gilmar

Rafael Moraes Moura

Breno Pires 

26/04/2017

 

 

Corte Eleitoral terá dois novos ministros para decidir sobre ação que pode cassar o presidente Michel Temer e deixar Dilma inelegível

 

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, disse ontem que o julgamento da ação contra a chapa de Dilma Rousseff e Michel Temer será retomado em maio. De acordo com Gilmar, é razoável que a discussão sobre o caso volte ao plenário do TSE na segunda quinzena do próximo mês.

“Vamos aguardar. É razoável (que o julgamento seja retomado na) segunda quinzena de maio, mas não tem prazo definido. Vai ser em maio”, disse Gilmar Mendes a jornalistas, ao chegar para a sessão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).

Anteontem, o marqueteiro João Santana e a sua mulher, a empresária Mônica Moura, disseram em depoimentos à Justiça Eleitoral que Dilma discutiu com eles pagamentos ilícitos feitos para a sua campanha eleitoral à reeleição, em 2014. A chapa encabeçada pela petista é alvo de ação na Corte Eleitoral por suspeita de abuso de poder político e econômico.

A expectativa dentro da Corte Eleitoral é de que o relator da ação, ministro Herman Benjamin, decida em breve os próximos passos do processo.

Herman poderá intimar novas testemunhas, pedir mais diligências ou encerrar a fase de coleta de provas. Conforme determinado pelos ministros da Corte Eleitoral, será dado um prazo de cinco dias para as alegações finais das partes.

 

Composição. O novo cronograma fará com que o julgamento da chapa Dilma-Temer seja retomado com uma composição diferente da atual no TSE. Amanhã toma posse o ministro Admar Gonzaga, no lugar de Henrique Neves.

No dia 5 de maio, a ministra Luciana Lóssio deixará a Corte Eleitoral e será substituída por Tarcisio Vieira, atualmente um dos ministros substitutos. Em entrevista ao Estado publicada ontem, Tarcisio Vieira disse que o julgamento da chapa Dilma- Temer será um “fardo bastante pesado” que a Corte Eleitoral saberá enfrentar. O ministro vê com normalidade um eventual pedido de vista, medida que poderá atrasar a análise da ação.

O Estado de São Paulo, n.45116 , 26/04/2017. Política, p. A8