Título: Estímulo ao consumo
Autor: Batista, Vera
Fonte: Correio Braziliense, 23/12/2011, Economia, p. 11

O brasileiro pode ir às compras, com cautela, mas sem susto, porque o governo garante a manutenção do emprego e da renda, expansão e barateamento do crédito e mais incentivos à indústria nacional. Esse é o conselho do ministro da Fazenda, Guido Mantega. "Qual é o medo do cidadão, quando se comenta sobre crise? É sempre perder o emprego. Mas não é o caso do Brasil. Aqui, ele só vê aumentar o emprego. O maior seguro para a população é o emprego. Nos Estados Unidos, por exemplo, a situação é diferente. Lá, sim, o cidadão vai terminar o ano com medo de ficar sem emprego", destacou.

Mantega disse que o cidadão tem razão de ficar preocupado, "quando olha a desgraça alheia", mas reiterou que a situação do Brasil é sólida. Segundo ele, 2011 pode ser considerado um dos melhores períodos para o crescimento do emprego e da renda das famílias brasileiras. "Assim como 2011 foi melhor que 2010, pode contar que 2012 será melhor que 2011. O trabalhador vai continuar com emprego", ressaltou.

O ministro reclamou, no entanto, do custo dos financiamentos. Considerou a taxa de juros real no país (descontada a inflação), de 4,5% ao ano, ainda muito alta. Uma das metas do governo, no ano que vem, será resolver esse problema, de forma a incentivar o consumo. "É uma missão, para o próximo ano, reduzir o custo do crédito. Quando as taxas baixarem, o consumo crescerá mais. A população terá oportunidade de adquirir novos bens, com prestações menores", assinalou, sem explicar como ocorrerão essas mudanças. Outro objetivo da equipe econômica será evitar ao máximo o contágio da crise internacional, por meio de medidas de defesa comercial contra a concorrência desleal das nações em dificuldades financeiras.

Pressões Mantega destacou que, se por um lado prejudica o crescimento econômico, a crise global favorece a expansão do crédito, porque reduz as pressões inflacionárias. "Na crise, os juros costumam ser menores", argumentou. "Estamos em ciclo virtuoso, com um mercado consumidor forte e maior do que no ano passado." (VB)

Confiança da indústria

O Índice de Confiança da Indústria (ICI) subiu 2% em dezembro, em uma estimativa prévia divulgada ontem pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O dado final será conhecido na próxima semana e, caso a previsão se confirme, será a primeira alta no indicador desde dezembro do ano passado, quando ele subiu 1,6%. Um dos motivos da recuperação do otimismo entre os industriais foram as isenções e reduções de tributos para produtos da linha branca, como geladeiras, fogões e máquinas de lavar, que entraram em vigor neste mês. De acordo com a FGV, o setor de fabricação de bens duráveis mostrou bom desempenho na prévia.