Título: Investimento recua
Autor: Batista, Vera
Fonte: Correio Braziliense, 23/12/2011, Economia, p. 12
Os investimentos do governo caíram pelo terceiro mês consecutivo, em novembro. Nos 11 primeiros meses do ano, os desembolsos em novos programas e obras em andamento somaram R$ 38,8 bilhões, uma queda de 2,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, os motivos são diversos. "São várias questões específicas dos ministérios. Houve troca de equipes e isso influencia. Além disso, são muitos projetos novos do Programa de Aceleração do Crescimento. É normal que demore no início, pois tem a fase de fazer projeto e empenhar. Demora um pouco para haver o pagamento", justificou.
Augustin garantiu, no entanto, que o quadro vai mudar no ano que vem, porque o governo vai acelerar os investimentos públicos. "O ideal é o investimento sempre crescendo. A base já é mais forte do que foi no passado. A ideia do governo é de ter um investimento crescendo mais rapidamente", afirmou o secretário.
O superavit primário do governo federal (economia feita para pagar os juros da dívida pública) também vem caindo deste setembro. Em novembro, segundo dados do Tesouro Nacional, a reserva foi de R$ 4,6 bilhões, contra R$ 11,2 bilhões, em outubro e R$ 5,42 bilhões em setembro. Apesar disso, as contas públicas não correm risco. Isso porque o superavit acumulado no ano já chegou a R$ 91,12 bilhões, bem próximo da meta de R$ 91,8 bilhões estabelecida para o ano. Em relação a 2010, a economia feita neste ano já é 41,2% superior. O Tesouro sust6entou o resultado de novembro, com saldo positivo de R$ 9 bilhões, já que a Previdência Social teve deficit de 4,2 bilhões e o Banco Central, saldo negativo de R$ 136,6 milhões.