Mônica Scaramuzzo
27/05/2017
O Estado apurou que Arida enviou na sexta-feira, 26, carta aos funcionários do banco informando a decisão. Fontes a par do assunto afirmaram que Arida já tinha interesse de deixar a instituição no fim de 2014, mas os planos foram adiados.
Em novembro de 2015, o economista teve de assumir o comando da instituição após a prisão de André Esteves, fundador do BTG – que foi acusado, à época, de tentar obstruir investigações da Operação Lava Jato.
O banqueiro foi solto menos de um mês mais tarde, mas Arida permaneceu como presidente do conselho de administração e foi um dos responsáveis – ao lado de outros sócios, como Marcelo Kalim, Roberto Sallouti e Guilherme Paes – por vender ativos não estratégicos da instituição. A missão era evitar que o banco de investimentos sucumbisse à crise de confiança após a prisão de seu fundador.
Em novembro de 2016, Arida, 65 anos, saiu da presidência do conselho de administração do banco e passou a ser apenas membro do colegiado, deixando o dia dos negócios aos poucos.
Agora, deixa a instituição de vez. Arida viajará para Oxford, na Inglaterra, onde vai se dedicar a projetos intelectuais.
Desgaste. A volta de Esteves ao dia a dia do banco, em abril do ano passado, mesmo sem poder exercer funções executivas, teria gerado desgaste com Arida, segundo fontes de mercado. Pessoas familiarizadas com o banco negam desentendimentos entre os dois.
Com bom trânsito no governo, sobretudo na gestão de Fernando Henrique Cardoso, Arida foi um dos idealizadores do Plano Real e comandou instituições, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Banco Central (BC).
Fontes ligadas a Arida negam que o economista passará a fazer parte do governo, após a crise gerada pelas delações dos controladores do JBS.