MP pede prisão de ex-tesoureiro do PT

JULIANA ARREGUY

28/07/2017

 

 

Paulo Ferreira é acusado de ter recebido propina em obra no Cenpes

Nas alegações finais da ação em que o ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira é acusado de receber propina em obras no Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), no Rio, o Ministério Público Federal (MPF) pediu a condenação dele pelo crime de corrupção e o início do cumprimento da pena em regime fechado.

O juiz Sergio Moro deve avaliar ainda as últimas considerações dos advogados antes de escrever a sentença do caso.

Tesoureiro nacional do PT entre outubro de 2005 e fevereiro de 2010, Ferreira chegou a ser preso em junho de 2016, mas foi liberado em fevereiro deste ano para responder ao processo em liberdade. Ele é o terceiro ex-tesoureiro do partido investigado pela Lava-Jato — os outros foram João Vaccari Neto, seu sucessor no cargo, e Delúbio Soares.

Segundo a denúncia, o Consórcio Novo Cenpes (formado por OAS, Carioca Engenharia, Construbase Engenharia, Schahin Engenharia e Construcap CCPS Engenharia) teria pagado R$ 20 milhões em propina, entre 2007 e 2012, para conseguir ser contratado pela Petrobras nessa obra. O valor do contrato, que foi previsto inicialmente em R$ 850 milhões, superou R$ 1 bilhão.

Para Ferreira, teriam sido destinados R$ 7,5 milhões, segundo o MPF. Parte do dinheiro foi pago a uma escola de samba de Porto Alegre.

 

FIANÇA DE R$ 200 MIL

“Requer-se seja determinado o regime fechado como o regime inicial de cumprimento da pena”, pediu o MPF nas alegações finais do processo. “Paulo Ferreira recebeu, assim como solicitou, valores indevidos de integrantes do Consórcio Novo Cenpes em virtude do respectivo contrato firmado pela diretoria de Serviços da Petrobras e o Consórcio”, acrescentou o MPF.

Preso na Operação Abismo, uma das fases da Lava-Jato, Ferreira foi solto em fevereiro deste ano. O juiz determinou a soltura após pagamento de fiança de R$ 1 milhão, valor reduzido a R$ 200 mil depois de pedido dos advogados do ex-tesoureiro.

O globo, n.30671 , 28/07/2017. País, p. 08