Título: Sem contraindicação
Autor: Martins, Victor
Fonte: Correio Braziliense, 09/01/2012, Economia, p. 8

Nem todos os economistas acreditam que a presidente Dilma Rousseff irá arriscar o crescimento dos próximos anos em troca de um Produto Interno Bruto (PIB) forte em 2012. Para alguns, o Planalto já vê como satisfatória a receita usada em 2011, de ajuste das contas públicas com ênfase na redução de juros. Jason Vieira, da Corretora Cruzeiro do Sul, considera que o próximo passo para o Brasil entrar em uma rota de crescimento sustentável só virá com a reforma tributária, ou, ao menos, uma revisão das leis trabalhistas.

"Essas são medidas sem contraindicação", destaca. "Reduzir o custo Brasil é sempre muito positivo. Na questão trabalhista, o peso dos impostos causa distorções exageradas", afirma Vieira. Newton Rosa, economista-chefe da SulAmérica Investimento, também aposta que o governo vai colocar todas as fichas em uma sintonia fina entre Banco Central e Ministério da Fazenda. "Os sinais não apontam para gastança. Pelo contrário, um juro real mais baixo vai incentivar os investimentos. É uma alavanca importante para a economia a longo prazo", diz.

A maioria dos especialistas acredita que, apesar de qualquer esforço do governo, o Brasil não vai crescer mais que 3,5% em 2012. Acima desse percentual, aos olhos deles, o país terá dificuldades para controlar a inflação. (VM)