DOCUMENTOS: AS PROVAS QUE LULA PEDIU

14/07/2017

 

 

Na sentença sobre o tríplex do Guarujá, Moro levou em conta resumo de comprovações documentadas

 

 

‘A ÚNICA PROVA NESTE PROCESSO É A PROVA DA MINHA INOCÊNCIA’

EM PRONUNCIAMENTO ONTEM NA SEDE DO PT, O EX-PRESIDENTE DISSE QUE FOI CONDENADO INJUSTAMENTE. LEIA AO LADO AS PROVAS USADAS PELO JUIZ SERGIO MORO NA CONDENAÇÃO

 

RASURA COMPROVADA

A ex-primeira-dama Marisa Letícia fez uma proposta de adesão do tríplex. Um laudo da PF confirmou que houve alteração da numeração original e concluiu que a proposta foi preenchida, originalmente, com o número 174 — que viria se tornar o tríplex — e depois rasurado para 141, um apartamento básico do condomínio.

 

SEM RESPOSTA

Quando o prédio foi transferido da Bancoop para a OAS, em 2009, os cooperados tinham 30 dias para decidir ficar ou não com o imóvel. Haveria restituição. A família Lula nada fez e parou de pagar. O casal, diz a decisão, afirmou, “em ação cível de restituição de valores promovida em 2016, que só requereram a desistência em 26/11/2015”.

 

APREENSÃO DA PF

Lula e Marisa Letícia guardavam no apartamento em que moravam um “termo de adesão e compromisso de participação”. Apreendido pela PF, o documento é da unidade 174, a do tríplex.

 

OAS E BANCOOP ‘IGNORAM’

Sem a decisão de Lula e Marisa, a OAS e a Bancoop também nada fizeram para cobrar do casal a compra ou desistência, tampouco a retomada das parcelas.

 

MENSAGENS DE CELULAR

Executivos da OAS trocaram mensagens relacionando as reformas a Lula e Marisa. Era a mesma época das obras do sítio de Atibaia.

 

REPORTAGEM DO GLOBO

Na edição de 11 de março de 2010, O GLOBO publicou reportagem na qual a Presidência da República confirmava que Lula era proprietário do imóvel. A reportagem detalhava que o casal era dono de uma cobertura no Guarujá, com a foto do prédio, que estava com obras atrasadas, antes de qualquer investigação da Lava-Jato.

 

RESERVADO

O apartamento simples, cuja cota era de Marisa Letícia, foi vendido, mas OAS e Bancoop nunca comercializaram o tríplex, que era tratado como “reservado”, de acordo com documentos internos da construtora OAS.

 

REFORMA MILIONÁRIA

Por ordem do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, foram feitas obras expressivas no tríplex durante o ano de 2014, ao custo de R$ 1,1 milhão. Elevador privativo, cozinhas, retirada da sauna e ampliação do deck da piscina faziam parte da obra. A OAS só fez reforma no tríplex. Nenhum outro apartamento sofreu intervenção.

 

CONTRADIÇÕES DE LULA

Moro cita contradições no depoimento de Lula e conclui: “A única explicação disponível para as inconsistências e a ausência de esclarecimentos concretos é que, infelizmente, o ex-presidente faltou com a verdade dos fatos em seus depoimentos acerca do apartamento 164-A (antigo 174), tríplex, no Guarujá”.

 

VISITA AO TRÍPLEX

Lula aparece ao lado de Léo Pinheiro durante visita ao tríplex. A foto foi divulgada pelo Jornal Nacional em 2016.

O globo, n.30657 , 14/07/2017. PAÍS, p. 8