Ato de centrais pedirá renúncia e eleição direta

Gilberto Amendola e Valmar Hupsel Filho

21/05/2017

 

 

Manifestações marcadas para hoje também terão combate às reformas na pauta; grupos que se mobilizaram conra Dilma desmacaram protestos

 

 

A Frente Brasil Popular e o Povo Sem Medo saem às ruas do País neste domingo para pedir “Fora, Temer” e “diretas já”. Os atos devem se espalhar por, ao menos, 20 cidades brasileiras.

Estão previstos protestos fora do Brasil, em cidades como Nova York e Bogotá.

A manifestação foi marcada no contexto da crise política que levou o Supremo Tribunal Federal (STF) a investigar o presidente Michel Temer por suspeita de crimes de corrupção passiva, organização criminosa e obstrução da Justiça.

Grupos que atuaram pelo impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff, como Movimento Brasil Livre (MBL) e Vem Pra Rua, também chegaram a marcar protestos para o mesmo dia e horário, mas recuaram alegando preocupações com a segurança.

Do outro lado do espectro político, o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, diz esperar grande mobilização nos protestos. “O governo, que já era ilegítimo, perdeu sua sustentação política e deve cair.

Vamos deixar claro que não admitimos outra solução que não seja as eleições diretas”, disse.

Em algumas cidades, as manifestações estão marcadas para começar de manhã. Em Belo Horizonte, o ato está previsto para as 9 horas; já em Porto Alegre, começa uma hora mais tarde.

Em São Paulo, a manifestação no vão Livre do Masp deve ter início às 15 horas. A organização decidiu que não haverá caminhada em direção ao centro ou qualquer outra região da cidade.

O ato irá permanecer concentrado no museu e arredores.

“Um Congresso como o que temos hoje não pode escolher o próximo presidente. A saída da crise está na realização das eleições ainda este ano, o mais rápido possível”, disse o presidente da CUT-SP, Douglas Izzo.

Além da CUT e dos movimentos sociais, a manifestação conta com adesão da Força Sindical.

A central, que já foi muito ligada ao governo, quer marcar sua posição contra a reforma trabalhista e por uma “saída democrática” para a crise. Pelo Twitter, João Carlos, o Juruna, secretário-geral da Força, escreveu: “A Força Sindical decidiu participar das manifestações de domingo e fortalecer o ‘nenhum direito a menos’ e garantir uma saída democrática”.

 

 

O Estado de São Paulo, n. Política, 21/05/2017. Política, p. A9.