Título: Empurrãozinho de US$ 1,6 bilhão
Autor: Hessel, Rosana
Fonte: Correio Braziliense, 14/01/2012, Economia, p. 15

Para estimular a produção, governo corta o imposto sobre importados

O governo resolveu dar um empurrãozinho na indústria nacional. Anunciou ontem a redução do Imposto de Importação de 105 produtos, sendo 99 de bens de capital (maquinário) e seis itens de informática e telecomunicações. A diminuição da tributação é uma forma de incentivo às fábricas brasileiras que precisam de equipamentos para aumentar a produção. A alíquota para os itens incluídos nessa lista, mecanismo conhecido como ex-tarifário, vigorará até 31 de dezembro. Fora desse regime, o tributo para artigos importados gira entre 14% e 16%.

O expediente utilizado resultou de um pedido da própria indústria nacional. O intuito é incentivar os investimentos produtivos no país. Os projetos relacionados aos 105 produtos desonerados ontem envolvem recursos totais de US$ 1,6 bilhão. Já a importação dos equipamentos em si — a maior parte com origem na Índia (34%) e nos Estados Unidos (19%) — soma US$ 318 milhões, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic).

Os setores petrolífero, petroquímico e o de papel e celulose serão os mais beneficiados com as novas concessões tarifárias. Além do estímulo à exportação, o Comitê Executivo de Gestão (Gecex), da Câmara de Comércio Exterior (Camex), considerou ainda a proteção do meio ambiente, o aperfeiçoamento da infraestrutura de produção de petróleo e o abastecimento do mercado interno como motivos para conceder o incentivo. Entre os projetos beneficiados está a construção de uma fábrica de tratamento de óleo diesel com baixo teor de enxofre.

Queda no emprego Embora com queda menor que nos dois meses anteriores, o emprego industrial no Brasil voltou a cair em novembro. Diminuiu 0,1% na comparação com o mês de setembro, com ajuste sazonal, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com novembro de 2010, a taxa de ocupação nas fábricas teve retração de 0,5%, a segunda queda anual consecutiva e a mais intensa desde janeiro de 2010, quando recuou 0,9% em relação a janeiro de 2009.