Título: EUA e Israel temem ações terroristas
Autor: Tranches, Renata
Fonte: Correio Braziliense, 14/01/2012, Mundo, p. 19

Os Estados Unidos e Israel alertaram ontem para os riscos de ataques terroristas a pontos turísticos da Tailândia, principalmente em sua capital, Bangcoc. Logo após a recomendação para que os cidadãos dessas nações não visitem o país, as autoridades anunciaram a prisão de dois homens de origem libanesa e com possível ligação com a milícia xiita Hezbollah, com sede no Líbano. Os dois estariam planejando atentados na nação asiática. Confusas, fontes do governo tailandês confirmaram as detenções, mas descartaram a existência de uma "ameaça de ataque imediato". O Itamaraty não emitiu nenhum alerta específico para os brasileiros.

Sem dar muitos detalhes, o vice-premiê tailandês, Chalerm Yoobamrung, declarou que os libaneses suspeitos entraram no país "recentemente" e, desde então, estavam "sob observação". Yoobamrung disse que seu governo agiu em cooperação com os Estados Unidos. Uma investigação está sendo conduzida, mas não foi revelado por que os militantes pretendiam atacar Bangcoc. A capital atrai muitos turistas ocidentais, principalmente por conta de sua agitada vida noturna e, apesar das turbulências políticas que enfrenta, ameaças de ataques a estrangeiros são raras.

A primeira reação do governo local foi de negação imediata de um atentado sério. Mais tarde, ele admitiu os alertas. Em entrevista ao jornal local Thai Rath, o ministro da Defesa, Yuthasak Sasiprapha, declarou que a segurança seria reforçada na noite de ontem. Segundo ele, cidadãos israelenses temiam ser alvos de atentados que poderiam ocorrer entre 13 e 15 de janeiro, o que levou os Estados Unidos a também alertarem seus cidadãos.

A mensagem urgente emitida pela Embaixada dos EUA afirmava que norte-americanos "deveriam manter discrição em áreas públicas, particularmente naquelas frequentadas por turistas estrangeiros". O Departamento de Contraterrorismo em Israel, por sua vez, pediu para que seus cidadãos não viagem a Bangcoc "no futuro próximo" e evitem "aglomeração em locais conhecidos, além de manter atenção para pacotes suspeitos" na capital tailandesa.

A Tailândia, país de maioria budista, tem vivido um clima de tensão nos últimos anos desde que grupos separatistas muçulmanos do sul retomaram a luta armada, em 2004. Eles reivindicam a criação de um Estado islâmico. Estima-se que desde então, cerca de 4,5 mil pessoas já tenham morrido durante os conflitos. No ano passado, um ataque à bomba matou dois monges budistas na província de Yala.