Título: Na Europa, desolação
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Fonte: Correio Braziliense, 07/01/2012, Economia, p. 11

Bruxelas — Em oposição à tendência positiva nos Estados Unidos, as notícias sobre o emprego do outro lado do Oceano Atlântico não são nada boas. O desemprego na União Europeia (UE), formada por 27 países, se manteve em 9,8% de outubro para novembro. O resultado na Zona do Euro, grupo das 17 nações que compartilham a moeda comum, foi ainda pior: 10,3%, superando a marca psicológica de 10% pelo sétimo mês seguido. Desoladas, muitas pessoas organizam protestos nas ruas, enquanto a pobreza aumenta visivelmente.

Segundo a agência europeia de estatísticas, a Eurostat, apesar da estabilidade na taxa de desemprego, houve elevação no número absoluto de desocupados. Na Zona do Euro, o total de desempregados chega a 16,372 milhões de pessoas, 587 mil a mais que em novembro de 2010. Na UE, são 23,674 milhões de desocupados, numa expansão de 55 mil em relação ao mês anterior.

"Esses dados têm recessão escrito por todos os lados. É garantido que nós tivemos uma contração na Europa no quarto trimestre do ano passado", disse Martin van Vliet, economista do Banco ING. Entre os países avaliados pela Eurostat, as taxas mais baixas de desemprego foram verificadas na Áustria (4%) e em Luxemburgo e Holanda, ambos com 4,9%. A Espanha continua tendo a maior taxa, de 22,9%.