Gastos de Adriana eram ‘incompatíveis’ com a renda

26/07/2017

 

 

MPF pede condenação por lavagem de dinheiro e organização criminosa

 

O Ministério Público Federal (MPF) do Rio pediu a condenação da ex-primeira-dama Adriana Ancelmo por lavagem de dinheiro e organização criminosa. Os procuradores afirmam que ela esbanjava gastos milionários “absolutamente incompatíveis com os ganhos e rendimentos de sua profissão como advogada e com o salário de governador de seu marido”.

“Isso porque Adriana de Lourdes Ancelmo, ao tempo dos crimes, não só tinha o papel de primeira-dama do Estado do Rio de Janeiro, como era advogada experiente, com escritório próprio consolidado, tendo absoluto poder de discernimento quanto à ilicitude da origem dos recursos que custeavam os luxos próprios e de seus familiares”, escreveram os procuradores. O MPF também destacou que a ex-primeira-dama “agiu com amplo espectro de livre-arbítrio, uma vez que já possuía carreira consolidada e confortável situação financeira, tendo ultrapassado linhas morais sem qualquer tipo de adulteração de estado psíquico ou pressão, de caráter corporal, social ou psicológica”.

A força-tarefa da Lava-Jato pediu ainda a condenação do ex-secretário de Governo Wilson Carlos. Para o MPF, ele “tinha absoluto conhecimento da ilicitude e da gravidade das condutas lesivas à administração pública estadual que optou por praticar”.

O ex-secretário de Obras Hudson Braga também teve a condenação pedida:

“Ainda no que concerne à personalidade do agente, é extremamente reprovável a voracidade com a qual o acusado Hudson Braga fazia a cobrança dos valores a título de propina”.

O globo, n. 30669, 26/07/2017. PAÍS, p.5