TCU e CVM terão acesso a processos contra Cunha

ANDRÉ DE SOUZA

15/07/2017

 

 

Geddel também é investigado em ações sobre fundos de pensão

 

Juiz Vallisney Oliveira distribuiu acesso aos autos das operações Sépsis, Cui Bono e Greenfield a oito órgãos do governo

 O juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, determinou o compartilhamento dos processos das operações Sépsis, Cui Bono e Greenfield com oito órgãos da administração federal. Essas operações apuram desvios em fundos de pensão e na Caixa Econômica Federal. Terão acesso aos autos o Tribunal de Contas da União (TCU), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o Banco Central (BC), a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), a Controladoria-Geral da União (CGU), o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e a Receita Federal, além da própria Caixa

Entre outros, são investigados nessas operações o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, que já é inclusive réu em ação penal, e o ex-ministro Geddel Vieira Lima. Geddel ainda não foi denunciado pelo Ministério Público, mas chegou a ser preso na semana passada por ordem do juiz Vallisney. Na última quinta-feira, após decisão do desembargador federal Ney Bello, ele teve a prisão preventiva convertida em prisão domiciliar. As investigações são conduzidas pelas unidades da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF) localizadas no Distrito Federal. Assim, Vallisney também determinou o compartilhamento de provas com outras unidades do MPF e da PF que venham a ter interesse. O juiz manteve o sigilo de parte dos processos, mas permitiu que todos os órgãos tenham acesso inclusive ao material sob segredo de Justiça. A Cui Bono tem como foco desvios na Caixa. O alvo da Sépsis são as irregularidades no Fundo de Investimentos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FI-FGTS), administrado pelo banco. A Greenfield mira fundos de pensão de funcionários de empresas estatais. Foi no âmbito dessas três operações que o grupo J&F, controlador do frigorífico JBS, assinou um acordo de leniência com o MPF no qual se comprometeu a pagar multa de R$ 10,3 bilhões.

 
O globo, n.30658 , 15/07/2017. PAÍS, p.9